Mais uma morte e daí?

Novamente um jogo fútil de futebol que não vai mudar a vida de ninguém vira pretexto para a morte e a selvageria. Torcedores de Palmeiras e Corinthians se enfrentaram nas ruas de São Paulo. O saldo foi a morte de um torcedor de 21 anos e o espancamento de um garoto de 17 anos. Porém, nada vai mudar. As facções que expulsam os bons torcedores, as famílias, as crianças do estádio estão cada vez mais fortes, protegidos pela impunidade, pela banalização da violência e da morte. Vão, aos poucos, eliminando o gosto pelo esporte, pela brincadeira, transformam o resultado em coisa supérflua, semeiam o ódio entre os torcedores e promovem a guerra. O futebol fica cada vez mais cinza e sem sentido.

As Organizadas vão expulsar o torcedor comum do estádio, aliás esse é o plano. Tirar de nós o direito de assistir o jogo, de ensinar aos nossos filhos que o esporte pode ser saudável. Já não podemos sentar ao lado de um amigo de outra torcida, depois não poderemos sair para o estádio e depois nem poderemos sair com a camisa do nosso time na rua. Aí quando o futebol acabar, eles arrumarão outro motivo para se matarem. Qualquer ideologia extrema é burra e redunda em ódio. Dizem que essas torcidas possuem projetos sociais, que se ajudam, mas a bem feitoria é mínima diante dos malefícios.

Falta uma lei dura com relação a isso, prisão e punição aos envolvidos. A verdade é que muita gente defende a existência dessas organizações, muitos tem vantagens com relação a ingressos e aproximação com jogadores e diretores. A verdade é que, infelizmente, mais gente vai morrer por uma coisa tão ridícula quanto uma partida de futebol.

Deu Timão no último jogo que valeu de verdade no Paulistão

Corinthians e Palmeiras se assemelham bastante no s modos de jogo, são duas equipes fortes na parte tática, tecnicamente ainda não são grandes times mas a disposição dos dois times é exemplar. No jogo dessa tarde, o Palmeiras foi melhor na primeira etapa. O volume de jogo Alvi-verde venceu o, marcador, Corinthians. Marcos Assunção fez um golaço. Porém, no mais houve muita luta, muita entrega, mas com chances de gol quase nulas.

Na segunda etapa, o Corinthians voltou mais forte, se impôs e o Palmeiras recuou e aceitou o domínio alvi-nego. Em duas falhas pelo alto, Paulinho e Marcio Araújo contra viraram. Daí em diante, o Corinthians fez seu jogo, marcando forte e sendo rápido nos contra-ataques, mas sem nenhuma chance clara de ampliar. Felipão errou ao tirar Maikon Leite, ao entrar com Ricardo Bueno tirou a velocidade palmeirense e ficou dependente de Valdivia, que fez má partida, e Marcos Assunção que cansa muito no final dos jogos. Ainda assim foi do Palmeiras a última grande chance com Henrique cabeceando para fora, livre de marcação.

O Corinthians venceu impondo seu estilo que é questionável na beleza do jogo, mas é extremamente eficaz.

Em tarde de Lucas e arbitragem confusa, São Paulo joga bem e vence convencendo

São Paulo e Santos foram ao gramado do Morumbi com visões diferentes em relação ao jogo. O Tricolor ainda em busca de uma formação, buscando adquirir confiança entre os jogadores e com a torcida. O Santos, já consolidado, atribuia importância moderada, tanto que evitou um time misto, levou os titulares mesmo cansados da estenuante e agressiva jornada diante do Juan Aurich do Peru. Para o São Paulo vencer o Santos era a prova de que pode vencer adversários de maior calibre.

Quando a bola rolou, a impressão foi de que o Peixe foi surpreendido, esperava uma partida mais "estudada", mas viu um São Paulo ofensivo e que sufocou as tentativas santistas. O meio campo funcionou com os três volantes, Denilson, Casemiro e Cicero marcando muito e aparecendo para jogar. A mudança foi que Denilson fez uma partida mais recuado, desceu menos e conseguiu proteger melhor a defesa. Rodrigo Caio teve a espinhosa tarefa de marcar NEymar, mas o volante/lateral, de apenas 18 anos, deu conta do recado, não usou de violência em nenhum momento.

O Santos demorou para engrenar, mas manteve o time titular. Com a lentidão do Peixe, o São Paulo amassou o Santos na defesa. Teve, no mínimo, 6 chances reais de sair na frente e fazer ao menos 3x0 antes dos 30 minutos da primeira etapa. Porém, só precisou do segundo chute a meta para abrir o marcador, Casemiro chutou, a bola acertou a cabeça de Edu Dracena e enganou Rafael. Ainda atordoado, o Santos viu as arrancadas e da força do meio campo do São Paulo. O Peixe só deu sinal de vida aos 30 minutos quando Borges obrigou boa defesa de Denis.

Lucas começou a aparecer, na velocidade, no drible certo, criou duas jogadas perigosas. Enquanto isso Neymar quase empatou em bola que Rhodolfo travou. O camisa 11, passou a vencer o duelo com Rodrigo Caio, na primeira ambos puxaram a camisa, mas o juiz deu amarelo pro sãopaulino, depois o camisa 25 chutou Neymar e ali já era pra ser expulso, porém o apitador não deu.

Na segunda etapa Leão deveria ter tirado o lateral, mas preferiu esperar e aí Rodrigo Caio fez uma falta, Neymar fez um teatro e, de forma tardia, o juiz deu outro amarelo e o ala/volante foi embora. Piris entrou no lugar de Jadson e acertou a defesa. Porém, na falta, Denis falhou e Edu Dracena empatou. O Peixe cresceu e o Tricolor passou a se defender e buscar contra-ataques. Lucas roubou a bola e fez tabelinha com Luis Fabiano, o camisa 9 mostrou boa forma física chegou na cara do goleiro Rafael e se atirou, a arbitragem marcou pênalti, para mim não houve a penalidade, mas se o juiz considerou que houve era para expulsar o arqueiro santista, o zagueiro Durval e o volante Adriano também deram entradas fortes que poderiam render cartões vermelhos. Luis Fabiano bateu bem e fez 2x1.

Na dificuldade Neymar cresce, fez grande jogada que Denis espalmou, depois na única bobeira do sistema defensivo tricolor, recebeu belo passe driblou Denis e empatou, na terceira, levou de vencida Piris e chutou para fora. Edson Silva entrou e Luis Fabiano saiu, assim Leão liberou Cortez para atacar, o Santos pôs Alan Kardec e colocou Arouca como lateral, aí ele errou e Lucas acelerou livre, cruzou e Cortez mandou na trave, no rebote Lucas, em impedimento, fez 3x2. Embora a arbitragem tenha errado, esse lance foi rápido demais e assim fica absolvida a falha do trio.

O São Paulo fez uma grande partida, digna da grandeza da equipe, todos os jogadores, até o limitado Paulo Miranda fizeram um grande jogo e o time se anima já que seus principais nomes começam a ter confiança. O Santos estava cansado, mas não ´e desculpa, jogou bem, mas abaixo do que pode.

O resultado foi justo pelo volume d ejogo que os tricolores tiveram.

O triste fim de Adriano no Corinthians

Chover no molhado falar das encrencas de Adriano. Então brevemente escrevo que foi e é o maior desperdício de talento que já vi na vida. Nada pode explicar um jogador que em quase um ano, fez apenas oito partidas e marcou 2 gols. É piada. E Adriano é tecnicamente muito bom, mas se perdeu e nunca mais será o mesmo. Uma pena pra quem poderia ter sido o melhor do mundo.

Ricardo Teixeira caiu. E daí?

Após 23 longos anos, Ricardo Teixeira deixou a presidência da CBF. A entidade máxima do futebol nacional acabou de se livrar de um ditador, capaz de negociar privilégios, impedir o livre acesso da imprensa e usar o poder a seu favor. Fazia isso com a conivência dos clubes e das federações e uma resistência silenciosa e tímida de alguns clubes.

O fato é que a renuncia de Teixeira não veio por um clamor dos envolvidos ou por uma revolução no futebol nacional, nada disso, veio apenas devido ao fato de sua relação com a FIFA estar estremecida, pelas denúncias de corrupção e pela diverticulite. Assim, José Maria Marin assume até 2015, era um dos vices, foi o mesmo que embolsou uma medalha na premiação dos campeões da Copa SP de 2012. Sua relação próxima com Teixeira indica que nada vai mudar, ao menos por agora na CBF. Os dirigentes que eram submissos, caso briguem pelo poder, não tem a menor moral para se mostrarem diferentes, pois apoiavam as bobagens da CBF. Os dirigentes de clube, impediram uma tomada de poder quando permitiram que as rivalidades sobrepusesse o desejo de um futebol forte. Os clubes, que hoje só pensam em si, não estão minimamente organizados para sugerir um nome para equacionar os interesses dos times com os da confederação. Isso indica que dificilmente as coisas vão modificar.

A saída dessa figura nefasta foi benéfica, mas existem outras figuras ávidas por poder casos de Andrés Sanchez e Marco Polo Del Nero que tem a mesma ideia reacionária e oportunista do antecessor. A situação que se desenha é igual a de alguns países da África e do Oriente Médio, apenas se substitui velhas ditaduras por alguma mais nova.

Corinthians empaca, Santos perde a primeira, São Paulo vira e Palmeiras brilha

É Paulistão cheio de surpresas ein? Quem diria que os quatros grandes seriam os quatro primeiros do estadual?

Só uma boa dose de ironia pra suportar o chato, modorrento, cansativo e pouco atraente campeonato paulista. Ainda bem que faltam apenas 6 rodadas para o fim do suplício.

Na última rodada, o Corinthians apenas empatou em 1x1 com o Guarani no Pacaembu. O Timão foi a campo com uma formação reserva e com muitos garotos atuando. Mesmo assim manteve a mesma forama de jogar. Saiu na frente na boa jogada de Emerson e Ramon que terminou no gol de Elton. O jogo foi ruim, Willian perdeu um gol incrível. No fim um pênalti bem esquisito deu ao Guarani, que faz boa campanha o empate.

O Santos foi a Mogi Mirim com um time bem modificado, sem Ganso e Neymar entre outros. Assim, até saiu na frente no placar, mas não segurou o time local que faz campanha bem forte. O 3X1 para o Mogi representaram a primeira derrota para um pequeno por um grande e confirmou o bom momento da equipe do interior.

O São Paulo fez uma primeira etapa horrorosa, fraca e merecia ter saído derrotado, porém a Portuguesa não parece, nem de longe, aquela equipe que foi chamada de Barcelusa. A Lusa foi mais forte na primeira etapa, dominou o meio, os volantes Denilson e Casemiro não conseguiam marcar. O São Paulo só pressionou no fim do primeiro tempo, Jadson entrou no jogo e criou oportunidades para Lucas e Luis Fabiano. Na segunda etapa, Fernandinho entrou no lugar de Casemiro. O São Paulo melhorou, Jadson apareceu mais, embora a Lusa tenha saído na frente com Ricardo Jesus, o camisa 10 ajudou, fez um gol e deu um passe perfeito para Luis Fabiano driblar e chutar forte e fazer 2x1.

O Palmeiras mostrou um futebol solidário, um 6x2 com autoridade, mostrando que o Verdão tá no caminho.

Corinthians seguro como o patrocinador

Como era previsto, o Corinthians foi nervoso diante do Nacional PAR. A Libertadores mexe com a cabeça dos atletas alvinegros, mesmo o time sendo melhor que o paraguaio a bola queimava nos pés dos corinthianos que ainda permitiam os avanços do adversário. Porém, o Nacional tem força ofensiva quase nula só os arremates de fora da área davam um perigo médio a Julio Cesar.

Aos poucos o Timão foi tendo mais calma, se acertou e quando Danilo fez 1x0 deslanchou. Aí veio a confiança, a força e a dinâmica que o alvinegro possui e nessas condições o Timão é quase imbatível. Logo, na segunda etapa, Jorge Henrique definiu o 2x0 e a tranquilidade para ir ao México enfrentar o seu rival mais preparado, o Cruz Azul.

É incrível o padrão de jogo que o Corinthians tem, as peças mudam, mas a qualidade é quase a mesma. A equipe lembra muito o São Paulo tricampeão brasileiro nas mãos de Muricy pelo padrão, jogadas definidas e confiança. Qualquer peça que entre, mesmo improvisada rende. Edenilson, volante, foi lateral e deu conta participando do segundo gol. O caminho segue aberto e se permanecer assim, o Corinthians pode finalmente chegar lá. O time é sólido e seguro, vai ser difícil parar.

São Paulo péssimo

O São Paulo fez seu pior jogo do ano, a magra vitória diante do Independente PA foi abaixo da crítica, medíocre, ruim. O time não atacou com competÊncia e ainda sofreu sustos na defesa diante de um ataque não mais que esforçado.

Mesmo nas vitórias o jogo coletivo do time é ruim, porém ontem não existiu coletividade, cada jogador quis definir a partida de forma individual e não existiu time. Era incrível como Luis Fabiano e Lucas não trabalhavam com os demais jogadores, ambos preocupados em chutar ou driblar com vários adversários em cima. As más atuações de Denilson, Fernandinho e Cortez também dificultaram as ações. Somente Cicero e Osvaldo merecem menção honrosa. Leão foi o mais lúcido e percebeu as dificuldades.

O problema é que aparentemente seus jogadores acham que fizeram um bom jogo. Será que o São Paulo vai voltar a ser o apático time do ano passado? De quem será a culpa desta vez?

Neymar decide

Em virtude da inesperada derrota para o boliviano The Strongest em terras bolivianas, o Santos precisava de uma vitória em casa diante do seu adversário mais perigoso teoricamente, o Internacional de Porto Alegre.

A Vila Belmiro ficou lotada na noite de quarta para ver o primeiro duelo nacional na edição da Copa Libertadores de 2012. O jogo merecia um estádio maior, afinal o Inter possui um bom time e o Santos tem dois jogadores capazes de desequilibrar um jogo como fizeram, em especial Neymar.

O Inter entrou com receio, fugindo até das suas características habituais, foi ao campo com três volantes e com Leandro Damião isolado no ataque, a tentativa era neutralizar as jogadas de meio do Peixe e buscar os contra-ataques, porém o time gaúcho ficou muito atrás. O Santos rapidamente tomou conta do meio-campo e, com maior movimentação, pôs o Inter na roda, até que Borges recebeu na área e caiu, o arbitro marcou pênalti, para mim inexistente, mesmo assim Neymar converteu. O jovem craque ainda mandou uma bola na trave na primeira etapa.

Na segunda etapa nada mudou, o Inter manteve a postura defensiva e o Santos manteve a posse de bola com objetivo. Só depois que o meia Dátolo entrou que o time gaúcho passou a ameaçar. Leandro Damião quase deixou tudo igual, mas Rafael foi espetacular. O jogo ameaçou ficar difícil, mas Neymar tratou de desequilibrar ao driblar meio time e fazer o segundo, um golaço. O Inter ainda diminuiu em jogada de Oscar que resultou no gol de Damião. Porém, Neymar estava impossível, o camisa 11 partiu pra cima do pobre Rodrigo Moledo e fez o terceiro dele e do Santos decretando o 3x1.

O Santos sai vitorioso da semana decisiva vencendo Corinthians e Inter, podendo agora poupar alguns jogadores no Paulistão. A certeza é de que Neymar e Ganso, inspirados, podem fazer o Peixe sonhar alto na Libertadores. O Inter precisa arrumar a casa se quiser algo esse ano.

Palmeiras e São Paulo garantem o G4 dos grandes no fraco paulistinha

O Palmeiras teve uma boa atuação no Pacaembu, mas esbarrou no goleiro Luiz do São Caetano que garantiu um 0x0 agradável em chances de gol para as duas equipes. Ainda assim Felipão pode ficar tranquilo, a terceira colocação está mantida, mas ainda pode brigar muito com os demais grandes.

O São Paulo suou para arrancar uma vitória em Piracicaba diante do XV. O time do interior, apesar de último colocado, me pareceu melhor que o Guaratinguetá, pelo menos resistiu mais. O Tricolor novamente individualizou demais, jogou pouco coletivamente, mas conseguiu um gol. O bom Osvaldo fez boa jogada e cruzou para Cícero, meio sem querer, garantir a vitória por 1x0. Bom para o Tricolor, agora quarto colocado, buscando um time mais coeso.

O Santos ganhou, não poupou e segue inteiro. O Corinthians poupou, perdeu e viu dois jogadores machucados.

O Peixe reabriu a Vila Belmiro neste domingo para enfrentar o Corinthians. O jogo valia pouco para os rumos do quase insuportável, campeonato paulista. Ambas as equipes estarão, com facilidade, na próxima fase. O Fato levou o Timão a levar uma equipe com boa parte dos titulares poupados, o que parece certo, afinal há desafios maiores por vir. Porém, poupar contra o XV de Piracicaba, contra o Oeste ou qualquer adversário de menor calibre passa despercebido, mas contra um grande, num clássico não pode ser considerada a hipótese. O Santos entrou com a força máxima, foi mais time como é mesmo diante do Corinthians completo. Os atletas até se pouparam durante o jogo, não jogaram no limite de suas forças, porém Ganso lançou e Ibson fez o resultado, 1x0 Peixe.

O Santos que aparentemente fez errado ao não poupar, venceu, está inteiro e cada vez mais forte para a Libertadores. O Corinthians perdeu, mesmo tendo optado pela razão, porém, razão e futebol nem sempre combinam, além da derrota, Wallace e Welder, opções, sentiram contusões e podem desfalcar a equipe em jogos importantes. Ainda assim o Timão endureceu o jogo, mostrando estar num estágio mais nmaduro enquanto equipe.

A nota triste é a cuspidaria em Tite, tem horas que o torcedor abusa do direito de ser passional.