O São Paulo abriu o marcador com Jadson, porém Danilo deixou tudo igual e, no fim, Ceni e Pato se envolveram em lance polêmico, mas o juiz marcou penalidade e Pato deu a vitória ao time do Parque São Jorge.
O Tricolor foi melhor durante a maior parte do jogo, mas novamente sofreu por falta de conjunto, conjunto muito bem definido pelo Corinthians. Todo mundo sabe como o time de Tite funciona, as peças entram fazendo exatamente o que se espera delas, embora Romarinho e Emerson não tenham conseguido ser tão efetivos quanto Renato Augusto vinha sendo.
Ney Franco teve todos os jogadores a disposição pela primeira vez na temporada. Até por isso o time do Morumbi deveria ter poupado o seu time titular para o jogo de vida ou morte diante do The Strongest pela Liberadores. O clássico valia muito mais para o Corinthians que para o time dono da casa. Ainda assim Ney Franco pôde aproveitar para ter em campo aquilo que considera ideal no momento. Só tenho ressalvas a presença de Denilson como titular e preferia um volante mais qualificado do que um meio com Maicon, que tornou a transição do São Paulo lenta.
Em campo o São Paulo vai se acertando. Paulo Miranda e Carleto diminuíram a pressão que o time sofria pelas pontas, fora isso o meio-campo e ataque melhoraram o aproveitamento dos passes, além de agora terem uma movimentação maior sem a bola e uma participação defensiva mais importante. Assim, o São Paulo abriu o marcador com Jadson, há uma reclamação de falta no começo da jogada que no meu entender inexistiu, houve contato, mas é futebol, em futebol há contato. O São Paulo manteve a posse de bola e foi mais perigoso nos lances seguintes, não tivesse desperdiçado tantas oportunidades teria vencido o clássico. Porém, o Corinthians vive um momento melhor que seu adversário e tem um time capaz de equilibra jogos mesmo quando o adversário é superior no jogo. Enquanto o São Paulo sofre com a falha individual na partida, falha até de Rogério que quase se complicou em dois lances onde dificilmente erra.
A prova veio no único erro de Paulo Miranda no lado direito que deu espaço para Danilo dominar e, como costume, crescer em clássicos entre São Paulo e Corinthians seja qual camisa esteja vestindo, empatando o clássico.
Na segunda etapa o Corinthians equilibrou de vez o jogo, tanto que não houve supremacia de ninguém no segundo tempo. Porém, novamente o São Paulo esbarrou no fato de não ser um time pronto como seu rival. Em outro erro individual, Tolói que fazia boa partida, recuou curto, Pato correu e conseguiu dividir a bola com Rogério e árbitro soprou pênalti para o Corinthians, o lance é interpretativo, mas vendo o lance não achei que houve a penalidade. Pato chega antes de Rogério e toca a bola, aí há o choque do pé de Rogério com a sola da chuteira do avante corinthiano. Para mim choque normal, nem penalidade, nem falta.
Analisando melhor lance, primeiro olhamos a questão da intenção, Rogério visa a bola, Pato é mais rápido e toca antes do choque, a interpretação do lance é importante, afinal a regra é interpretativa não clara. Segundo, tem que ver se Pato tinha condições de seguir no lance e ele tinha totais possibilidades de continuar a jogada. Por fim, o retrato da incerteza da arbitragem foi Rogério ter recebido apenas o amarelo, se o juiz realmente considerou penalidade deveria ter expulsado o goleiro, pois era um lance claro de gol. Pato sem ter absolutamente nada haver com o erro do árbitro bateu firme para virar. Depois fez sinal se silêncio ao fazer o gol, direito legítimo de provocar, só não sei se deveria fazer isso, acho que é um gesto pequeno, é mais uma preocupação com os adversários que com seu próprio torcedor.
O jogo não foi decidido pela arbitragem, embora a impressão fique nesse lance capital. Para o Corinthians fica a confirmação de que o time é forte e capaz de lidar com adversidades. Para o São Paulo resta a impressão de que vai ficar forte, mas que ainda carece e tempo, o problemas é que o time falha demais em jogos importantes e a paciência do torcedor é bem curta.