A expectativa era de que o Millonarios demonstrasse a força que levou o time colombiano a eliminar Palmeiras e Grêmio em Bogotá. Porém, a torcida colombiana viu o pequeno e aguerrido Tigre abrir o placar com um gol de Echeverria, Perlazza ainda empatou no fim do jogo, mas o placar foi suficiente para colocar o time argentino na final da Copa Sul-americana diante do São Paulo, a primeira decisão internacional do Tigre.
Ao contrário de gremistas e palmeirenses, os argentinos pouco se importaram com a altitude, foram organizados e não permitiram que o jogo físico rival superasse as suas linhas defensivas, em nenhum momento da partida os Millonarios exerceram uma pressão constante, pelo contrário, correram riscos durante o jogo todo. Os brasileiros que perderam usaram a altitude como desculpa, mas o Palmeiras perdeu para sua má fase e o Grêmio pelo seu excesso de veteranos em campo e por uma penalidade inexistente. O fato é que os argentinos não se intimidaram e jogaram com personalidade para vencer um grande adversário.
O Tigre é um time modesto, sem jogadores muito técnicos, mas com a velha e boa marcação argentina e jogadas aéreas muito bem definidas. O São Paulo é favorito e mais técnico, mas correrá riscos. Os argentinos querem fazer história, transformar um time modesto de uma pequena torcida em campeão continental e motivação não vai faltar. O Tricolor também tem as suas missões, uma delas é mostrar que este grupo pode por o São Paulo de volta ao protagonismo, vencer um título em mata-mata o que não acontece desde 2005 e decidir no Morumbi.
Não gosto de falar em obrigação de vencer. Todos os times possuem obrigação de vencer, tanto grandes quanto pequenos. Agora, para o Tigre vencer este torneio é importante, mas dificilmente mudará a realidade da equipe em relação ao seu tamanho. O São Paulo, por sua vez, precisa vencer para justificar seu tamanho e investimento, entra mais pressionado e ainda não deu mostras de que lida muito bem com isso nos últimos jogos.
O São Paulo é favorito, mas enfrenta um time com boa marcação e motivado, não será nada fácil. A título de curiosidade, a primeira Libertadores do São Paulo foi em cima de um argentino e no Morumbi.