domingo, 26 de agosto de 2012

Luis Fabiano quebra o tabu no Pacembu

Corinthians e São Paulo possuem uma história recente que revela uma rivalidade incomum. Os resultados bem mais positivos ao Corinthians dão uma atmosfera tensa ao clássico. Neste domingo, o Timão queria mostrar que era melhor que o rival e, nesse momento, é de fato, tem um time bem mais confiável. Ainda mais no Pacaembu onde o São Paulo não vencia há seis anos. O favoritismo era mesmo corinthiano. 

E nos 14 minutos iniciais só deu Corinthians. A defesa do Tricolor não conseguia sair jogando, a marcação na pressão dificultava as ações. Paulo Assunção errou e Paulinho rolou para Emerson fazer 1x0. O São Paulo baqueou e o Corinthians teve mais três chances, duas delas foram situações claras de gol. Nesta altura, os fantasmas voltavam a assombrar o São Paulo, o recente 5x0 foi lembrado pelos jogadores. Porém, desta vez a sorte deu uma contribuída. Uma bola chutada para frente encontrou Luis Fabiano que ajeitou para Lucas lançar para o camisa nove empatar num chute perfeito que só grandes atacantes desferem. Naquela altura o empate não era justo, mas acontecia. O Corinthians cansou e não conseguiu mais marcar na frente. O São Paulo se acertou e passou a jogar mais, a troca dos laterais Douglas indo para a direita e Paulo Miranda para a esquerda ajudaram na contenção dos jogadores de lado do Corinthians. O jogo ficou mais truncado e as chances diminuíram para ambos.

Na segunda etapa, Douglas saiu com estado febril e entrou o argentino Martinez. A alteração dificultou a articulação do meio e facilitou o trabalho do São Paulo. O meio-campo Tricolor controlou as ações e Luis Fabiano teve algumas oportunidades, a maioria em impedimento, embora em duas oportunidades a marcação do bandeira foi equivocada. O São Paulo era melhor em campo quando Jadson lançou Luis Fabiano que driblou Cassio e virou a partida. Após o gol, o time de Ney Franco recuou e Romarinho teve três boas chances de empatar, mas Rogério apareceu para defender. O Corinthians produziu bem para empatar, mas não conseguiu. Melhor para o São Paulo que venceu aquele compromisso importante que pode dar muita moral para o segundo turno.

Na verdade o jogo era mais importante para o time do Morumbi do que para o Corinthians. O São Paulo vai precisar usar a boa partida que realizou depois da primeira meia hora de jogo e ficar mais forte com isso, afinal a queda de um tabu tão grande pode representar o reinicio de um time mais forte não só em resultados, mas em força psicológica. O Timão segue forte, muito sólido no jeito de jogar.

Foi um bom jogo, os dois times provaram qualidades e isso torna o jogo divertido. 

Neymardependência

O Santos iniciou bem o final de semana de clássicos ao bater o Palmeiras por 2x1 no Pacaembu. Correa fez um gol de fora da área para o Verdão, mas Neymar surgiu e fez dois para dar a vitória ao Peixe e empurrar o Palmeiras para a zona de rebaixamento.

O primeiro tempo foi todo palmeirense. Empurrado pela torcida, o time de Felipão sufocou o adversário. A escalação de João Vitor na lateral direita conteve as investidas de Neymar, Mazinho jogava pelo lado esquerdo e dava trabalho aos adversários. Essas mudanças dificultaram a saída de bola santista, além disso o meio-campo do Peixe combatia pouco, o que permitiu um domínio palmeirense. Ganso era a cara da falta de combatividade santista, esteve sumido na primeira etapa. Do lado palmeirense apenas Valdivia destoava do ritmo forte. Ainda assim, o Palmeiras foi tocando a bola, mudando de lado, até encontrar Correa que bateu forte, a bola desviou levemente e matou o goleiro Rafael. O gol fazia justiça no placar, mas lá estava Neymar. Sofreu falta que ele mesmo cobrou colocadinho no canto do goleiro Bruno para empatar. O resultado não refletia o jogo, mas quem tem um craque tem coisas mais facilitadas.

Animado com o gol, o Santos voltou ligado, marcando mais a frente na segunda etapa. O Palmeiras esbarrava na falta de criatividade, Valdivia não fazia o que se esperava deles. O Santos não era exuberante, mas era melhor e chegou ao segundo gol num arremate despretensioso de Neymar que entrou bem no cantinho do gol defendido por Bruno. Estava decretada a virada. O Palmeiras cansou de tentar, o banco estava cheio de garotos e não se tinha muito o que fazer, mesmo a entrada de Obina não surtiu efeito. O Santos saiu vitorioso de campo.

Algumas constatações, o Santos depende demais de Neymar, sem ele o Peixe teria muitas dificuldades, mas é craque e por isso não se tem como não depender dele. Ganso, evidentemente, não quer mais jogar pelo Santos, sua falta de dedicação foi evidente, perdia bolas fáceis, não chutava quando deveria e errava passes, não entendi como Murici o manteve em campo até o final. Valdivia não parece estar no clima, está distante. O Palmeiras teve problemas com as contusões e isso enfraquece demais a equipe. O Verdão inteiro é um time de respeito e provou isso em campo.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Adeus Felix

Morreu hoje o ex-goleiro Felix. Se destacou no Fluminense e foi o guarda-metas da Seleção Brasileira do Tri da Copa do Mundo de 1970. Dizem que seus reseras eram melhores que ele, mas coube a ele a honra de ser o número um do grande time de Pelé, Tostão, Rivellino entre outros.  Se junta ao panteão dos heróis do futebol nacional que aqui já não estão.

Todos perdem no caso Ganso

O noticiário esportivo já está saturado da novela que envolve o Santos, o jogador Paulo Henrique Ganso e qualquer time interessado no atleta, o último está sendo o São Paulo. O uso dos dois verbos se aplica uma vez que o caso não está fechado e outros clubes podem aparecer.

Em 2010 na onda dos meninos da vila, Neymar e Ganso apareceram de maneira meteórica, eram apontados como o futuro do futebol nacional. Ganso, na minha visão, era mais jogador que Neymar, o tempo mostrou que eu estava errado. O meia se machucou no Brasileirão daquele ano, só retornou no nacional do ano seguinte. Quando voltou virou sombra de Neymar que virou o grande craque brasileiro. Desde essa diferenciação, Ganso entrou em decadência e parece ter entrado numa letargia da qual não consegue sair. Se sentiu diminuído e preterido pelo Peixe.

 Desde então o atleta recebeu algumas propostas, mas a diretoria nunca as considerou baixas. De outro lado, o Santos se recusa a aumentar o salário do jogador entendo, ao meu ver de forma correta, que o meia não tem produzido para isso.  Porém, a insatisfação do atleta está definhando a carreira do mesmo, a passividade com a qual aceitou o banco da Seleção nas Olimpíadas mostrou isso.

Milan, Corinthians, Internacional, São Paulo, Flamengo já demonstraram interesse, mas o clube do Morumbi aparece mais forte, após a bolada que recebeu da venda de Lucas, mas o Tricolor não gastará tudo com Ganso e é difícil que o meia saia, apesar de ter declarado vontade de jogar no São Paulo.

O Santos perde no caso, ao não valorizar um pouco mais o jogador e não respeitar a vontade do atleta possui um atleta sem vontade em campo, desmotivado e sem o menor fator desequilibrante. Cabe lembrar que em fevereiro a multa dele cairá bastante e o clube pode ganhar menos do que deseja. O jogador perde ao não aceitar sua situação como ela é e se acomodou se desvalorizando e estagnando, uma hora os interesses se findaram. Perde o São Paulo que corre o risco de se indispor com o Santos, aliado político, gastar energia em um atleta ao invés de fazer investimentos mais promissores e se trazer o jogador, corre o risco de ter um atleta pouco motivado e que tem histórico importante de contusões.

O Santos precisa ser inteligente, ganhar o dinheiro que puder com o jogador e se livrar do abacaxi que Ganso representa ao clube hoje. Além de evitar se indispor com algum aliado, sabendo que outros clubes tem direito de negociar, se vai chegar a um denominador comum, isso é outra conversa.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Apito amigo ou inimigo? Apito humano

A arbitragem voltou ao palco das discussões após o erro no clássico de domingo entre Santos e Corinthians. O técnico corinthiano Tite disparou a metralhadora para cima da arbitragem e sobrou até para Neymar a quem chamou de mau exemplo. De fato Tite tem alguma razão em reclamar do jogo e do lance de impedimento, talvez tenha sua visão a respeito do 11 santista, mas suas declarações merecem ser melhor analisadas.

A arbitragem brasileira é ruim, isso é fato. Nossos árbitros são, excluindo raros casos, afoitos, medrosos e sem critério algum. Tem jogo que a bola não rola, são marcadas faltas quase a cada minuto, o jogo fica feio, chato. Além disso, são comuns as inversões de falta, cartões fora de hora, impedimentos mal marcados e uma vontade monstruosa de marcar penalidades sem a existência delas. Quem assiste ao campeonato inglês percebe uma nítida diferença de estilos. Porém, não podemos eximir de culpa os jogadores, os treinadores e a torcida. Jogadores são ases em simular faltas e penalidades, exercem pressão nos apitadores em campo, além de cometerem faltas tolas como puxar a camisa  que é um ato covarde, e encostar no rival mesmo que não aconteça nada na jogada. Os treinadores são os piores, pois possuem o poder da palavra após os jogos e durante eles ficam pressionando, apitando do lado de fora e muitas vezes são covardes, sempre reclamam dos erros contra seu time, nunca vi nenhum que admitisse que seu time foi ajudando quando foi em alguma partida. A torcida é a primeira a eleger o juiz como inimigo, o árbitro já é culpado preventivamente por qualquer coisa que aconteça e essa situação já é completamente adversa para o dono do apito.

A arbitragem precisa melhorar, mas para melhorar é preciso ter ações éticas. A culpa da arbitragem ruim compete a todos os envolvidos no futebol. O problema está na mania que todo mundo tem de só ver o seu lado e querer levar vantagem em tudo. Por exemplo, na Inglaterra a torcida, mesmo do próprio time, vaia o jogador que ludibria o árbitro. Os treinadores de lá, dificilmente comentam a atuação da arbitragem. Enquanto acharmos que nosso time pode levar vantagem e o outro não pode a arbitragem não vai melhorar.

Tite tem razão em falar do mau exemplo de Neymar, realmente o jovem craque santista simula muito, muitas vezes se evitasse a queda seria uma arma ainda mais letal. Porém, Tite não usou o mesmo tom quando Jorge Henrique usou o mesmo recurso e não repreendeu Emerson Sheik quando este mordeu a mão do defensor argentino do Boca Juniors, morder não é do jogo e é desleal. Uso Tite de exemplo embora isso se aplique a maioria dos treinadores que também fazem disto um mau exemplo. O coitadismo tem que ser abandonado, está na hora de admitir que todos tem sua parcela de responsabilidade.

A arbitragem brasileira não me parece má intencionada. Afinal, eles erram para todos os times, de pequeninos a gigantes, todos já foram prejudicados e ajudados em algum momento de sua história. Porém, não se pode perder de vista que o juiz é um ser humano, está passível de erro, assim como um goleiro pode frangar, um atacante pode perder um gol e o técnico pode alterar errado. O árbitro precisa de ajuda para melhorar suas condições profissionais e trabalhar com mais tranquilidade. A solução passa por uma conduta ética de todos os envolvidos. Talvez a tecnologia ajudasse nisso, mas sou reticente afinal o buchicho que rola após decisões polemicas é muito divertido.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Santos finalmente no campeonato

O Santos entrou de vez no Brasileirão com a volta de Neymar ao time, não só pelo camisa 11, mas Ganso, a volta de André e a chegada de Patito Rodriguez dão ao Peixe uma cara mais forte para o restante da temporada.

No domingo,  a força santista foi mostrada na vitória sobre o Corinthians por 3x2 na Vila Belmiro. O jogo foi muito bom, com velocidade e emoção, além de uma boa dose de polêmica. Danilo e Martinez marcaram para o Timão, André por dua vezes e Bruno Rodrigo deram a vitória ao Santos.

O Corinthians, mais entrosado, foi melhor em boa parte da primeira etapa. Neutralizou a força ofensiva adversária e teve mais volume de jogo, Douglas em uma tarde de inspiração ditava o ritmo do meio de campo. O camisa 10 corinthiano bateu bem uma falta na cabeça de Danilo que abriu o placar. Neymar mudou de lado para fugir da boa marcação do lateral Guilherme Andrade que fazia sua estréia no Corinthians. No lado esquerdo da defesa rival, Neymar carregou e levou quase o time inteiro do adversário junto e cruzou bem para André empatar. O jogo foi equilibrado, embora o Timão tenha sido ligeiramente melhor no primeiro tempo.

A segunda etapa foi com maior força santista, o Santos chegou ao gol da virada com André. Há de se destacar que na hora do cruzamento de Léo havia ao menos dois jogadores em impedimento, inclusive Bruno Rodrigo que tocou para Durval desviar e André, em impedimento, fazer o gol. Falaram em impedimento triplo o que não é bem verdade, a rigor Durval estava na mesma linha do defensor rival, mas o fato é que o bandeirinha cometeu um erro ridículo e acabou ajudando a vitória santista. O Timão continuou perigoso e o Peixe se retraiu. Martinez empatou para o Corinthians. No fim, Neymar bateu escanteio e Bruno Rodrigo garantiu os três pontos.

Nos vestiários a coisa continuou quente. Tite deu uma entrevista bem nervosa. O treinador corinthiano falou em critérios diferentes da arbitragem e criticou duramente o atacante Neymar. Achei que o comandante corinthiano exagerou no tom, faço a ressalva de que não vi o lance em que Neymar teria pisado no lateral Guilherme, mas não é do feitio do craque santista fazer isso. Porém, não me pareceu que houve inversão de faltas. Neymar é cai-cai, mas isso não pode irritar um treinador que tem Jorge Henrique que usa do mesmo recurso em vários momentos. Tite só tem razão no impedimento, muito absurdo mesmo, mas não com má intenção.

Tite só não explicou o motivo pelo qual sua defesa cometeu dois erros na bola aérea, erros que não são comuns do time corinthiano, geralmente muito bom nesse tipo de lance.

Um pouco de normalidade no Morumbi

A atuação diante do Náutico foi anormal, o São Paulo não tem um grande time atualmente, mas não é tão ruim quanto aparentou em Pernambuco.

No sábado diante da Ponte Preta, o Tricolor jogou com mais tranquilidade e não foi afoito como vinha sendo nas últimas partidas. A volta de Lucas encorpa o time, que também pôde contar com a opção de Osvaldo no banco voltando de contusão. A equipe deve ter a volta de Wellington e Luis Fabiano nessa semana e, ainda que com atraso, o time volta a estar completo e pode viver esse momento, mas, principalmente, esboçar uma equipe mais forte para 2013.

Ney Franco barrou João Filipe e entrou com o não menos limitado Paulo Miranda, Edson Silva substituiu o suspenso Rhodolfo e Tolói foi escalado na sobra. Sem Douglas, Paulo Assunção foi improvisado na ala direita. Na frente, Lucas e Ademilson formaram o ataque. A Ponte Preta fazia boa campanha, mas o Brasileirão é longo e gera problemas em equipes com elencos mais limitados, se o time campineiro não voltar a somar pontos logo, vai se aproximar perigosamente da zona de rebaixamento.

O São Paulo começou devagar, até um pouco timido. Paulo Assunção não era capaz de oferecer um bom apoio pelos lados por falta de habilidade de jogar como ala. As jogadas dependiam de Lucas para fluirem, o camisa 7 mostrou que fez muita falta, suas arrancadas complicaram a marcação adversária.

Ney Franco observou os problemas e, ainda na primeira etapa, mudou o posicionamento da equipe. Paulo Miranda virou lateral pelo lado direito, Paulo Assunção ficou na proteção da defesa, assim o time montou duas linhas de quatro jogadores e os lances passaram a acontecer. Lucas quase fez um gol arrancando entre os zagueiros. Numa bola alçada, Roger levou a mão até a bola, penalidade tola que Rogério Ceni converteu. Na sequência Lucas iniciou bela troca de passes que ele mesmo finalizou para ampliar num belo gol. A Ponte pouco ameaçou o gol defendido pelo São Paulo. A primeira etapa acabou assim.

Na segunda etapa, o jogou caiu num marasmo enorme. Nada acontecia de lado a lado. Lucas saiu para a entrada de Osvaldo. O camisa 17 demorou para entrar no ritmo, mas quando entrou teve boas chances e quase Paulo Miranda fez de calcanhar após cruzamento de Osvaldo. O atacante driblou três adversários e bateu forte para fazer o terceiro e garantir a vitória.

A Ponte Preta não é um grande desafio para o São Paulo que almeja resultados maiores, mas dá tranquilidade para as próximas partidas, em especial para o clássico de domingo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Uma no cravo...

O são-paulino deve ter dormido muito mal depois da apresentação patética do time paulista diante do Náutico em Recife nesta quarta-feira. O time pernambucano fez 3x0 com facilidade espantosa e ainda foi pouco pela tamanha incapacidade que o rival teve em campo.

O São Paulo vive períodos de turbulência, alternando bons e maus momentos. Fez atuações dignas nas duas derrotas para Fluminense e Grêmio, perdeu mais por erros de bola parada e em alguns momentos teve chances de sair vencedor. Porém, esse elenco é instável emocionalmente, o time joga com a confiança abalada. Num time com o psicológico estável, as duas derrotas anteriores seriam focadas nas evoluções e não nos erros, mas o time vive sob desconfiança e isso é uma praga que pega fácil. Contra o Náutico deu tudo errado, a pressão recaiu pesada em cima de Ney Franco e seus comandados que não se encontraram em momento nenhum da partida, até as substituições foram estranhas. Tirar João Felipe com dez minutos de jogo e inventar Paulo Assunção de ala direito mostraram que as idéias não estavam claras. A partida deve ser esquecida nada de bom se tira dela.

O Náutico, com todo o respeito que merece, não tem um grande time, só possui a arma do contra-golpe e o São Paulo caiu de forma juvenil na armadilha. Deixou muitos espaços e mereceu a derrota. Mesmo nos Aflitos, a derrota deste tamanho para o time pernambucano é exagerada. Desde o início o Náutico estava elétrico e o São Paulo devagar quase parando. A arbitragem foi trágica, teve inversão de faltas, invenção de faltas, cartões indevidos, pênalti inexistente e se o São Paulo tivesse vencido ia sobrar reclamação do lado pernambucano. O Náutico pressionou e sufocou o adversário, mas o primeiro gol que sairia logo, foi numa penalidade que ao me ver não existiu, Toloí foi pego no contra-pé, não tinha outra forma da bola não pegar na mão. Kieza nada tinha haver com isso e fez o gol. O segundo gol foi de Araújo que teve tempo de pegar dois rebotes para marcar. Curiosamente no início do jogo, ele mesmo teve uma oportunidade parecida, ou seja, o meio de campo do São Paulo não acompanhava ninguém.

Na segunda etapa, o São Paulo continuou perdido, marcando atrás e sempre com atraso. Até sofrer um terceiro gol, daqueles típicos de quando o dia não é bom. Rogério Ceni saiu do gol para cortar o cruzamento e a bola foi para trás e entrou na rede com três zagueiro atônitos a observar. Ali o jogo acabou. Eu até acreditaria na hipótese de falta de pagamento gerando corpo mole se o time não tivesse feito boas partidas anteriores. O caso é que o time é frágil mentalmente e fisicamente, além de ter problemas no elenco, muita gente machucada, muitos jogadores de nível técnico duvidoso, faltam reservas nas laterais, muitos jogadores cadenciadores no meio, ou seja, toda a falta de planejamento da diretoria estoura agora.

Acredito que o time deveria ser  mais humilde e jogar mais defensivamente, com o objetivo primeiro de não perder. Assim, aos poucos, retomar a confiança. Somente dois jogos separam o fim do primeiro turno, a Ponte Preta e o Corinthians, se vencer entra com tranquilidade maior no segundo turno, mas se perder, principalmente se perder para o Corinthians, as consequências serão inimagináveis.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lições Olímpicas


     A participação brasileira nas Olimpíadas de Londres foi boa em relação a importância que é dada ao esporte por aqui. Foram 17 medalhas no total, sendo três delas de ouro. Porém, mesmo na melhor participação da história, o Brasil ficou bem longe das grandes potências do esporte.
A edição de 2012 deixa lições, o problema é que essas lições são dadas ano após ano e os responsáveis pelo desporto nacional não aprendem nada com elas. Por exemplo, o ouro conquistado por Cesar Cielo em Pequim 2008 na natação, poderia sugerir um investimento de base no esporte e a tendência era o crescimento na prática do nado, mas em Londres vimos a involução e a queda de rendimento diante dos resultados. O Brasil perdeu mais uma oportunidade, assim como perdeu com a ginasta Dayane dos Santos, o tenista Gustavo Kuerten e tantos outros atletas que obtiveram sucesso, mas foi insuficiente para o investimento maior nessas modalidades.
É bom lembrar que não é importante um país ser uma potência olímpica. Muitos países com o índice de desenvolvimento humano alto não são fortes nos esportes de competição. A Olimpíada deve ser encarada como uma desculpa para fomentar a prática esportiva, ainda que o resultado seja um objetivo, o reflexo dessa grande festa é permitir o acesso, o interesse e a exposição dos esportes para as populações do mundo. O Brasil precisa aprender que pode demorar décadas para ser uma potência, mas é preciso não só pensar no final que é o atleta profissional e começar a pensar na base, na escola, onde o futuro se encontra. Não precisamos de medalhas de ouro para mostrar grandeza, precisamos é de um povo feliz, motivado, com autoestima e o esporte é parte primordial desse processo.
Nós precisamos parar de sonhar em sermos fortes nas Olimpíadas, esquecer a promessa de ser potência e trabalhar verdadeiramente para isso. Essa edição, coroou os bons trabalhos no basquete, no voleibol, no handebol, no boxe e no judô, são as provas de que planejamento e organização são recompensadas. É muito mais importante um país forte na saúde, na educação e na justiça social. O esporte tem que ser apenas um meio de ajudar na melhora da população, nos tornar fortes como nação.

Balanço das Olímpiadas

Ao fim das Olimpíadas de Londres, podemos avaliar a participação brasileira nessa edição. O Brasil terminou com 17 medalhas, seu recorde até aqui, duas a mais do que em Pequim. Foram três medalhas de ouro, cinco de prata e nove de bronze, uma participação boa para nossa realidade, mas ainda longe das grandes potências.

O Judô foi o destaque com quatro medalhas, se tornando a modalidade com maior número de medalhistas. O ouro conquistado por Sarah Menezes e os bronzes de Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva foram bem comemorados. As decepções vieram com os experientes Leandro Guilheiro e Tiago Camilo que não medalharam. O caso mais triste foi a eliminação de Rafaela Silva, por golpe ilegal, mas a tristeza veio pela opinião pública que foi altamente cruel.

O judô já é tradicional, a novidade veio com Arthur Zanetti que faturou a medalha de ouro nas argolas da ginástica. Destaque também para Ricardo Sassaki que ficou entre os dez melhores no individual geral, o que não deixa de ser bom resultado. Diego Hypolito, infelizmente, caiu outra vez, Dayane dos Santos se despediu das competições e Daniele Hypolito também conheceu o chão. A ginástica vive um período de transição, antes as mulheres eram a força maior, agora os homens aparecem com nomes mais reais. A verdade é que o fim da seleção permanente atrapalhou os resultados, além disso se perdeu uma grande de popularizar o esporte quando Dayane esteve em grande nível técnico. Porém, é importante frisar que a ginástica é a mais exigente das modalidades, mesmo o último foi exigido ao máximo de suas forças.

O vôlei começou complicado para o feminino e para o masculino. Porém, enquanto as mulheres tiveram força mental para chegar ao ouro, os homens perderam na questão física. De qualquer forma as duas finais comprovam que o esporte é o melhor dos olímpicos aqui no Brasil. A diferença é que o masculino vive um processo de renovação que tem lá seus problemas. Na praia, Allisson e Emanuel foram prata  e Juliana e Larissa ficaram com o bronze.

Na natação, Thiago Pereira foi prata. Cesar Cielo pareceu menos em forma, foi apenas sexto nos 100 metros e ficou com o bronze nos 50 metros, mas se retirando Bruno Fratus que foi quarto nos 50 metros, a natação brasileira parece ter involuído.

O futebol masculino não pareceu apresentar o clima olímpico em nenhum momento. O time não empolgou e quando teve um adversário de verdade na final, perdeu e foi amplamente dominado. Porém, foi a equipe feminina que pareceu perdida, não foi um time, foi um bando e isso é resultado de uma administração amadora do esporte.

Yana Marques surpreendeu com o bronze no pentatlo moderno e Robert Scheidt e Bruno Prada ficaram no terceiro lugar na classe Star na vela.

O boxe fez bonito. Adriana Araujo foi bronze. Os irmãos Falcão também medalharam, Yamaguchi foi bronze e Esquiva por muito pouco não foi ouro. Alguma coisa boa foi feita no boxe nos últimos anos.

O basquete masculino ressurgiu bem, já o feminino não passou da primeira fase. As meninas do handebol mostraram evolução e fizeram boa campanha. Porém, foi a má participação do atletismo que mais preocupou, pois saiu de Londres sem medalhas e sem muita perspectiva.

O que se percebe é que os resultados bons não possuem continuidade e o Brasil vive as alternâncias e isso compromete a performance visando os jogos olímpicos de 2016. A verdade é que enquanto o esporte não for forte no país e não for elemento primordial nas escolas, dificilmente o será em escalas mundiais.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Peixe argentino. Timão merecedor em Curitiba.


O Santos sofreu para arrancar o empate no Pacaembu diante do Atlético GO. Na primeira etapa os goianos foram ao ataque e encontraram um Santos sonolento, pouco competitivo, algo incomum nas equipes de Muricy Ramalho, que são times com problemas ofensivos, mas nunca foram passivos.

O Atlético aproveitou a soneca santista e a avenida que o lateral Léo deixava pelo lado esquerdo. Léo tem crédito com a torcida, é um patrimônio do clube, mas fisicamente não tem mais condições de aguentar muitos minutos em campo. Precisa ser preservado, se continuar assim, tudo o que fez de bom para o Peixe será esquecido pelo torcedor mais fanático.

Aproveitando das dificuldades adversárias, os goianos fizeram 2x0 com Patric e Wesley em jogadas pelo lado direito. O fim da primeira etapa veio com as vaias para o time santista vindas da arquibancada. Na segunda etapa, Muricy colocou o estreante Patito Rodriguez em campo. O argentino mostrou suas armas e aproveitou rebote para diminuir, o jogador ainda teve mais duas chances boas de empatar e até virar o marcador. Um pouco mais a frente, outro argentino, Miralles entrou no lugar do vaiado Bill, Bill que deve se tornar terceira opção com a chegada de André. No ataque, Miralles foi derrubado de forma infantil por Gustavo, ele mesmo bateu e evitou uma derrota santista.

Em Curitiba, o Corinthians vinha de três empates seguidos e encontrou um Coritiba determinado a evitar a vitória do Timão. O primeiro tempo foi marcado por um equilíbrio no meio-campo, muitas faltas foram marcadas, mas o Coxa saiu na frente num belo gol de Everton Ribeiro, revelado no Corinthians. O time de Tite voltou melhor no segundo tempo, as opções corinthianas são mais variadas, a entrada de Martinez modificou a estrutura de jogo e fez o time mais presente no ataque, o resultado foi a virada com gols de Paulinho e Romarinho que faz a equipe pensar em chegar na briga da parte de cima.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Erros repetidos

O São Paulo conheceu sua segunda derrota no Morumbi. A derrota por 2x1 para o Grêmio deixa o Tricolor mais longe do G4 e levanta dúvidas sobre a capacidade do time diante de adversários mais fortes.

A maior causa de preocupação são as jogadas aéreas. O São Paulo teve dois duelos equilibrados diante de Fluminense e Grêmio, mas perdeu pelo mesmo placar e pelos mesmos motivos. Se o time não melhorar o posicionamento dos zagueiros, vai sofrer muitos gol dessa forma. Tomar quatro gols, da mesma forma, em dois jogos seguidos é inadmissível pra quem busca algo na competição.

Os paulistas iniciaram o jogo bem, marcando a frente. Porém, os gaúchos também exerciam pressão e chegavam com mais perigo, principalmente, pelo lado direito do afoito, João Felipe. O zagueiro é quem mais compromete o sistema defensivo, fosse o arbitro mais enérgico, poderia ter mostrado o cartão vermelho com tranquilidade. Do lado gaúcho era grande o uso daquele lado do campo, principalmente com Kleber, que novamente exibiu seu lado mais agressivo e merecia mais rigor da arbitragem. Quando o time gremista dominava as ações, Jadson recuperou uma bola e rolou para Cícero abrir o placar. Os donos da casa tiveram outras chances, mas não ampliaram o marcador na primeira etapa.

 Na segunda etapa prevaleceu o equilíbrio. Os times cansaram e a partida ficou amarrada. Essa partida assim poderia levar o São Paulo a uma vitória, mas aí veio um escanteio e a defesa do São Paulo não subiu, deixando Werley livre na frente de Rogério Ceni para empatar. Diante do Fluminense, após escanteio, Leandro Euzébio ficou livre da mesma forma para marcar. No fim, o despreparo físico pregou os paulistas, Zé Roberto cruzou do lado esquerdo da defesa, a zaga parou e Kleber ajeitou para André Lima virar. É importante reparar que a jogada surgiu do mesmo lado do segundo gol do Fluminense quando Jean achou Fred livre pra fazer. Ou seja, dois erros iguais geraram gols de adversários diferentes, é preciso aprender com os erros e não repeti-los. A pergunta que fica é se é apenas erro de posicionamento ou ruindade dos zagueiros mesmo? A segunda opção parece mais real.

sábado, 11 de agosto de 2012

"E agora José?" ou Mano?

Fim de mais um sonho olímpico para o futebol brasileiro. O México com dois gols de Peralta venceu, por 2x1, o Brasil e ficou com o ouro. O selecionado mexicano foi mais organizado em campo, vencendo por merecimento, marcou em cima, forçou os erros da defesa brasileira e quando eles ocorreram souberam aproveitar. O gol de Hulk, já nos acréscimos, não mudou em nada a partida perdida taticamente. O mais preocupante é que essa é a base da Seleção brasileira que irá para a Copa o Mundo, se não melhorar na parte tática vai sofrer bastante.

Com o resultado, Mano Menezes sofrerá mais questionamentos. O que vai acontecer daqui pra frente é uma incógnita, mas lembra bem o poema de Carlos Drummond de Andrade "E agora José?", pois é, e agora Mano? Será que a alta cúpula da CBF vai manter o técnico? A verdade é que, principalmente, no aspecto tático, Mano Menezes deixa a desejar, a Seleção nacional não consegue fazer um bom jogo coletivo e se, coletivamente, não houver jogo, perder é sempre mais provável. Talvez a saída de Mano Menezes esteja bem mais próxima. Abaixo me permito a parodiar o poema.

E agora Mano?
A Olimpíada acabou,
O hino não tocou,
O povo não comemorou,
O estádio viu a festa de outro,
e agora, Mano?
e agora, você?
Você que não teve título,
Que escala errado,
Que convoca errado,
Que perde, reclama?
E agora, Mano?

Está sem medalha,
Está sem discurso,
Está sem carinho,
Já não pode se redimir,
Já não pode comemorar,
Vencer já não pode,
O jogo acabou,
A vitória não veio,
O ouro não veio,
O riso não veio,
Não veio a idolatria,
E tudo acabou,
E tudo fugiu,
E tudo mingou,
E agora, Mano?

E agora Mano?
Sua inteligente palavra,
Seu instante de glória,
Sua inércia e incapacidade,
Seu conhecimento,
Sua gana pelo ouro,
Sua vestimenta esportiva,
Sua incoerência,
Seu orgulho - E agora?

Com a melhor Seleção,
Quer conquistar a medalha,
Não há medalha;
Quer se esconder no vestiário,
O vestiário está fechado;
Que ir pro abraço,
Abraço não haverá mais,
E agora Mano?

Se você escalasse,
Se você brigasse,
Se você exigisse
Mais compromisso,
Se você treinasse,
Se você se empenhasse,
Se você se demitisse...
Mas você não se demite,
Você é duro, Mano!

Sozinho na sala de imprensa,
Qual um animal encurralado,
Sem justificativas,
Sem assessoria de imprensa
Para evitar embaraço,
Sem próximo jogo
Que faça esquecer a derrota,
Você segue, Mano!
Mano, para onde?




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma derrota pra despertar a realidade

O Fluminense com gols de Fred e Leandro Euzébio venceu o São Paulo por 2x1 em São Januário e se manteve na terceira posição. O Tricolor paulista que diminuiu com Cícero, perdeu uma chance de se aproximar do G4 e se manteve na sexta colocação.

O jogo começou com o São Paulo melhor, marcando a frente, o que pareceu ter surpreendido o Fluminense no começo do jogo. O meio-campo paulista manteve a posse da bola e ameaçava o gol adversário e Cicero fazia bem o papel de ajudar o ataque e o meio. Porém, apesar cobranças de falta, o São Paulo não penetrava na defesa, muito bem protegida por Edinho. Com o passar do tempo, o Tricolor carioca equilibrou as ações, corrigiu os defeitos e impôs sua maior qualidade. Ao ganhar terreno  chegou ao gol com Leandro Euzebio desviando de cabeça. Rogério falhou no lance, mas a defesa estava muito mal posicionada, João Felipe bobeou na marcação. Algum tempo depois, Jadson aproveitou a desatenção da defesa rival e mandou a bola na cabeça de Cicero para empatar. O primeiro tempo terminou em 1x1.

O Fluminense voltou mais incisivo na segunda etapa e logo aos cinco minutos fez o gol. Cortez deixou  Jean livre para cruzar na cabeça de Fred para desempatar. Além de Cortez, novamente João Felipe falhou e permitiu o gol. Os paulistas se viram obrigados a sair para o jogo, mas as opções eram poucas, no banco de reservas haviam quatro volantes. Ney Franco lançou Willian José, o atacante melhorou as jogadas de ataque trabalhando como pivô, mas a penetração na área ainda era dificultosa. O Fluminense se limitava a buscar os contra-golpes que eram perigosos em muitas oportunidades. Ney tirou João Felipe e promoveu a estreia de Paulo Assunção, foi um erro, naquela altura Casemiro, com mais ritmo de jogo, seria mais útil.  Quando Casemiro entrou, o efeito da sua entrada já não era o ideal. No fim, Jadson e Ademilson tiveram chances, mas a vitória foi carioca.

A despeito da má atuação dos bandeirinhas, o Fluminense mereceu vencer, por ser um time mais organizado e que se preparou para buscar o título. O elenco do Tricolor carioca foi pensado, planejado e bem trabalhado por Abel Braga que assumiu o clube no ano passado. Já o São Paulo cai na realidade de que foi mal preparado, o elenco tem carências sem solução para 2012, precisa contar muito com jogadores em recuperação e sem ritmo de jogo faltando poucos meses para o fim do ano, isso não poderia acontecer. Porém, a atuação de quinta foi interessante, Ney Franco deu cara ao time, a equipe não passa mais o sufoco de meses atrás, a derrota só situa o São Paulo na realidade de que irá brigar pela vaga na Libertadores e que, com a volta de Lucas, se levar a sério pode vencer a Copa Sul-Americana.

domingo, 5 de agosto de 2012

Santos atropelado em Pernambuco

O Santos precisa ligar o sinal de alerta,o time foi atropelado pelo Náutico por 3x0. O Peixe sofre com os desfalques, os da Seleção, mas também os contundidos. Rafael, Bernardo, Galhardo, Arouca, Edu Dracena, Neymar fazem parte da longa lista. Muricy Ramalho avisou o que iria ocorrer, faz o que pode, os reforços são de qualidade duvidosa. A diretoria santista é que precisa ser cobrada, o time só está onde está por uma falta de planejamento. O ano do centenário começou bem com a conquista do Paulistão, mas começou a entrar em colapso com a eliminação para o Corinthians da Libertadores, onde o Santos foi muito mal nos dois jogos. Agora, o santista se vê nessa condição e a paciência de torcedor é curta.
O Náutico que não tem nada haver com isso fez gols com Patric, Kim e Kieza e se aproximou da metade da tabela.

Corinthians empaca o Vasco

O Vasco não saiu do 0x0 contra o Corinthians em São Januário e perdeu a chance de passar a frente do Atlético MG pelo menos por algumas rodadas já que o jogo do Galo foi adiado.
O time carioca se enfraqueceu com as saídas de Fagner e Diego Souza e essas alterações dificultam uma arrancada para a taça. O Corinthians conseguiu ser melhor durante a partida,principalmente por ter um time montado e homogêneo, uma equipe que dificulta as ações rivais e é muito consciente, merecia sair com três pontos. O Timão teve mais chances, mas esbarrou nas faltas e nas grandes defesas de Fernando Prass.
O Vasco é um time que depende muito de Juninho, mas o jogador de 37 anos não pode ser a principal peça da equipe, em alguns momentos precisa ser preservado. Felipe seria o atleta para substituí-lo, mas esse é irregular demais e não mantém a mesma qualidade. O time vascaíno pode brigar até o final pela taça, mas parece um objetivo que dependerá do fôlego dos experientes. O Corinthians mostrou qualidades, se mantiver a concentração pode brigar pelo bi campeonato.  

Ademilson garante vitória

O São Paulo entrou em campo no Morumbi em busca da sua terceira vitória seguida entre Brasileirão e Sul-Americana. A campanha irregular do Sport precisava ser aproveitada. embora o time pernambucano tenha jogadores com mais rodagem que a do Tricolor, embora com menor qualidade e tateando na formação tática.

O Tricolor repetiu a formação que foi bem diante do Bahia, apenas Willian José que entrou no lugar do machucado Luis Fabiano foi a novidade. O São Paulo começou um pouco melhor, conseguindo manter a posse de bola e tentando vencer a marcação pernambucana. O Sport do técnico Wagner Mancini embolou o meio campo com muitos jogadores. O volante Tobi ficava entre os zagueiros, os laterais evitavam as descidas dos alas são-paulinos, Willians, Felipe Azevedo e Marquinhos Gabriel faziam a linha de meio e criação, além de Rithely, assim o Sport tinha até sete jogadores no meio, contra cinco adversários o que dificultou para o São Paulo. Ainda assim, o Sport só chegava pelos lados e em chutes de longa distância, do outro lado o Tricolor tinha pouca criatividade e quando a bola clara aparecia, o ataque estava sem inspiração. Depois de avançar, João Felipe lançou bem Willian José que chutou mal, em outra bola, Maicon deu passe maravilhoso, mas Ademilson demorou pra definir e Magrão defendeu. O primeiro tempo foi movimentado, mas o São Paulo tinha dificuldades, sem Luis Fabiano as coisas ficam mais complicadas.

Ney Franco deveria ter ousado na segunda etapa, poderia tirar um dos três zagueiros e colocar mais um volante para dar mais presença no meio de campo e pressionar o adversário. Porém, o treinador preferiu prender o zagueiro João Felipe na lateral e liberar Douglas para ter liberdade no meio-campo. A ideia funcionou, o São Paulo pressionou e o goleiro Magrão virou destaque com boas defesas. O que atrapalhou foi a falta de confiança do atacante Willian José que estava sendo marcado pela torcida. Ney o tirou e Cicero entrou para fazer a função, Ademilson foi centralizado e já poderia ter feito o primeiro gol, quando pegou rebote sem estar impedido e fez o gol, mas a arbitragem marcou o impedimento. O Sport colaborou um pouco para a melhora do Tricolor quando tirou os atletas mais rápidos para colocar experientes e pesados como Edcarlos, Hugo e Magno Alves. Hugo, ex-São Paulo, estreou bem, foi perigoso e mostrou que vai somar experiência aos pernambucanos. Porém, com menos jogadores no meio, o time do São Paulo dominou as ações até Cícero dominar em posição legal e chutar, Magrão pegou, mas Cicero deu sorte e desviou a bola para um chute firme de Ademilson abrir o marcador. Daí em diante foi só administrar a vitória.

Destaque para o bom posicionamento que a defesa do São Paulo apresentou e, naturalmente, para Ademilson que marcou o quarto gol em cinco jogos, sendo uma solução caseira. Quando Wellington, Cañete, Paulo Assunção e Osvaldo ficarem a disposição, o São Paulo ganhará opções interessantes.

sábado, 4 de agosto de 2012

Superexposição do esporte, exposição da intolerância


Os Jogos Olímpicos são, talvez, a única oportunidade do público mais abrangente ter acesso a esportes menos midiáticos e conhecer um pouco mais dos atletas e saber como está o seu país diante das potências já conhecidas. Para nós, brasileiros, essa edição de 2012 chama mais a atenção pelo prognóstico das Olimpíadas que serão disputadas no Rio de Janeiro em 2016.
Quando a competição acontece em seu país, se espera, naturalmente, que os atletas conterrâneos tenham uma performance boa. No caso brasileiro, um resultado bom nem sempre significa um lugar no pódio e isso precisa ser assimilado pela população em geral. A Olimpíada é uma competição especial, pois só ocorre a cada quatro anos, portanto por mais que se treine, um único erro pode marcar para sempre a carreira de um atleta, ainda mais que poucos felizardos tem a oportunidade de participar mais de uma vez e outros bem poucos ainda tem a honra de trazer uma medalha no peito, por isso aí se reúne um grande esforço não só físico, mas, principalmente, psicológico.
O Brasil oferece boas condições em algumas modalidades, moderadas em outras e pífias em outras. Falta a homogeneidade que os países de ponta possuem. Porém, a gente pôde ver que o brasileiro parece não entender isso. O ataque gratuito nas redes sócias a judoca Rafaela Silva, após sua derrota, inclusive com manifestações racistas foi de estupidez e intolerância sem a menor necessidade. Estar entre os três, cinco, oito, 30 ou 60 do mundo já é uma honra, ainda mais em um país que pouco dá apoio ao esporte como um todo. Alguns dirão que os atletas só fazem isso, mas será que essas pessoas eram bons alunos quando só estudavam? Será que são bons trabalhadores quando só trabalham?
É bom lembrar que no Rio de Janeiro, o Brasil é obrigado a competir em todas as modalidades e terão equipes que não passarão da primeira fase. A Grã-Bretanha faz uma Olimpíada com poucos resultados positivos até aqui, mas, em nenhum momento, se vê uma pressão sobre os atletas, pelo contrário, total apoio. Essa lição precisa ser aprendida aqui no Brasil, para que a torcida não faça feio. Mais do que preocupa o desempenho dos atletas, preocupa o comportamento da torcida.