quinta-feira, 11 de julho de 2013

Galo doido, Victor são ou São Victor?

O Atlético Mineiro deu mais um exemplo de que está predestinado nesta Libertadores. A classificação suada diante do Tijuana quando Victor defendeu uma penalidade no último lance era o sinal de que dificilmente esse título escapa.

O Galo precisava ao menos fazer 2x0 para levar o confronto contra o Newells Old Boyd para as penalidades. E começou como um furacão, Bernard tal como o filho do vento, abriu o marcador logo de cara e ficou a um gol do objetivo.  O Atlético marcou forte e buscou o gol. O time mineiro reclama de dois pênaltis, mas no primeiro não houve e o segundo era o tipo de lance que não dá pra marcar sempre.

Porém, na segunda etapa o Newells esfriou o jogo e deu ao Atlético a sensação do desespero de ver o tempo passar. Aí foi que o imponderável ou não entrou em campo. A luz acabou, claro que esse artifício não é bacana sendo provocado ou não, mas faz parte do futebol. O fato é que o apagão recuperou o Galo e Guilherme, que entrou no lugar de Bernard, tão contestado, foi o nome do gol salvador.

Nas penalidades a atmosfera era de pirar qualquer amante do futebol. Jô e Richarlyson quase piraram de tristeza, mas Victor que estava são, frio e calculista virou santo, São Victor defendeu a penalidade de Maxi Rodriguez e deu vazão a loucura da torcida mineira.

A ida para a final coroa a boa campanha do Galo. Além de ser a grande recompensa para Cuca que há muito já merecia brigar por um grande título. Fora isso o presidente Alexandre Kalil mostra que sempre há formas de se dirigir um clube de forma correta. Que não existe sina no futebol, existe trabalho correto e competente.

Mais uma derrota e a solução segue distante

Quatro derrotas seguidas no Morumbi e o São Paulo parece mais perdido do que nunca no seu futebol.

A demissão de Ney Franco foi apenas um dos sintomas do momento. O time do São Paulo parece um catadão. Pouquíssimas jogadas coletivas, desorganização tática monstruosa, jogadores perdidos e expulsos de maneiras tolas e muitas dúvidas quanto a dedicação de alguns jogadores.

Paulo Autuori chegará para treinar o time. Autuori parece um bom nome para o momento da equipe. O cenário é de terra arrasada tecnicamente, taticamente e psicologicamente. O treinador precisa recuperar o lado emocional antes de tudo. A torcida precisa também desenvolver a habilidade de não ser mais um fator estressante. Apenas apertar os jogadores e pedir por Muricy não vai ajudar.

Fora do gramado, a diretoria se mostra
amadora. Juvenal Juvêncio perdeu o controle do clube e a saída pela porta dos fundos do Morumbi de um diretor importante na noite de ontem só mostra o quanto esta diretoria deixa seu corpo técnico exposto.

Autuori precisa isolar o futebol dos outros setores do clube, só assim o Tricolor poderá pelo menos evitar um final de ano melancólico.

Em tempo, Paulo Autuori é uma boa escolha por ter características melhores para o momento. É experiente e taticamente mais inteligente que Muricy. Alguém dirá que Autuori não ganha nada há algum tempo, mas com esse time e com essa bagunça diretiva toda, o São Paulo briga por títulos?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Vem pra rua Ney

Agora é oficial, saiu na mídia, Ney Franco não é mais treinador do São Paulo. A falta de evolução tática da equipe e de personalidade do técnico foram as principais motivações da demissão justa.

Ney Franco teve um ano de trabalho no clube, conseguindo algumas vitórias em clássicos, um título e colecionando problemas de relacionamento com os jogadores. Teve problemas com Rogério, Lucio, Ganso e Luis Fabiano. Tentando impor sua liderança de maneira equivocada.

O resultado diante do Corinthians foi o menor dos motivos, já que hoje a lógica sempre indicará a vitória do time corinthiano. O fato é que Ney teve bastante tempo para treinar e mesmo com 20 dias durante a parada da Copa das Confederações não se viu nenhuma evolução tática na equipe. Tem o lado da falta de empenho de alguns atletas, mas Ney Franco tem parcela de culpa.

Fora os aspectos táticos, a postura de Ney Franco me incomoda muito. Sua falta de participação na beira do campo muitas vezes passava para o time em campo. Falta vibração ao treinador.

O São Paulo precisa rever alguns pontos. Precisa parar de apostar como fez com Sergio Baresi, Adilson Batista e Ney Franco. Também não pode esperar que treinadores defasados como eram Leão e Carpegiani tirem algum coelho da cartola. Precisa de treinador de currículo.

Muricy Ramalho é o favorito uma vez que Juvenal precisa de uma ação populista para diminuir a pressão do torcedor. Porém, não sei se as características de Muricy causarão impacto no ambiente, mas defensivamente o time melhoraria.
Luxemburgo é outro nome, mas o jeito do treinador não casa com o clube. Dorival Júnior seria meu favorito, mas também sofre o complexo de ainda ser relativamente jovem.

Além disso, o clube precisa de reforços que resolvam. Um lateral direito, um zagueiro, um volante e um atacante de lado de campo mais experientes precisam chegar, pois ainda há falta de jogadores de qualidade para que a equipe, que é boa, seja mais competitiva.


Porém, nos últimos anos o São Paulo trocou de jogadores a fisiologistas e nada muda. Só falta mesmo mudar a diretoria e isso já está em curso.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Espelho quebrado

No Morumbi, o Corinthians venceu o São Paulo por 2x1 e jogará pelo empate no Pacaembu para ser campeão da Recopa Sul-Americana que, neste momento, é mais importante para o São Paulo que para o Corinthians.

No fim da partida o treinador Ney Franco saiu falando que as equipes eram espelhadas. Bom alguém precisa avisar ao treineiro tricolor que esse espelho deve estar quebrado.

No desenho tático os dois times jogam de forma parecida, mas futebol não é jogo de botão. É preciso ter movimentação, funcionamento, jogadas coletivas. Tudo isso Tite mostra no Corinthians, mas Ney não faz no São Paulo.

No fim do jogo o Tricolor terminou com três atacantes igual seu adversário, mas o jeito de jogar é totalmente diferente. Enquanto os atacantes corinthianos se doam e ajudam em vários níveis de atuação, os tricolores esperam demais a bola e não tem iniciativa de ajudar na marcação. Pode ser por características dos jogadores, mas é por total falta de cobrança para que façam o papel da doação.

Porém, o primeiro tempo não foi espelhado e essa é mais uma prova de que Ney Franco está perdido no comando. A presença de Ganso e Jadson como titulares mostra bem isso. Ney claramente prefere um esquema de três atacantes e um meia. Porém, teria que peitar a torcida já que prefere Jadson a Ganso. Assim mostra que não tem coragem pra fazer o que é preciso fazer para manter suas convicções.

Tite, por exemplo, tem uma relação melhor. Faz escolhas mais corajosas. Não teme colocar os melhores jogadores para o time, tanto que mantém Pato no banco mesmo sob pressão.

O São Paulo teve cerca de 20 dias para treinar e o resultado foi um time cometendo os mesmos erros do começo da temporada. O time não evolui taticamente. Ao fim o treinador deu a entender que os jogadores tem má vontade. Pode até ser, mas a falta de jogadas coletivas é culpa do treinador. O São Paulo não conseguia sair jogando pois era engolido pela coletividade corinthiana. A marcação e o ataque em bloco do Corinthians simplesmente colocaram o São Paulo no bolso.

O problema do São Paulo é coletivo. Jurisdição primordial do treinador. Fora isso, o Corinthians tem jogadores melhores e mais experientes. A característica das contratações é essa. Ibson é um exemplo, não foi bem no Santos e no Flamengo, mas é experiente e não treme em jogo grande. Os jogadores do São Paulo não tem essa característica, tanto que Rafael Toloi errou feio nos dois gols.


Apenas um milagre vai fazer o São Paulo reverter no Pacaembu. Principalmente pelas diferenças gritantes de organização. Nem mesmo se a quase certa demissão de Ney Franco, mais cedo ou mais tarde, aconteça. Muricy Ramalho não me parece a melhor solução, mas o fato é que com ele a consciência tática era muito maior. Porém, o momento do São Paulo é ruim em campo e fora dele. A diretoria tem grandes defeitos, contratou mal e escolheu apoiar Ney Franco. Por fim, derrota merecida pela falta completa de esportividade de alguns torcedores fora do campo.

domingo, 30 de junho de 2013

A reintegração de posse da Seleção Brasileira com a torcida

O Brasil venceu a Espanha de forma incontestável. O time assimilou bem de que forma precisaria jogar para impedir que o selecionado espanhol estabelecesse seu jogo de passes rápidos e de posse de bola friamente calculada.
O Brasil marcou de forma intensa e o gol de Fred logo no começo definiu o resultado. 
Porém, acima dos aspectos táticos e técnicos, a Copa das Confederações marcou o retorno da sensação de pertencimento da Seleção com sua torcida.
O Brasil andou longe do seu povo com um grande número de amistosos em outros países, fora isso a presença de muitos jogadores que pouco jogaram no país tornava seleção e povos distantes. 
Os protestos que estouraram por todo o país tornaram o hino nacional popularizado por assim dizer. Jogadores e torcedores cantaram com muita gana e entraram firmes em todos os jogos.
A torcida teve a sua reintegração de posse sobre a Seleção, justamente em um momento em que há um clima de reintegração de posse da nossa autoestima, da nossa sede de mudança e da nossa luta.
O Brasil voltou a ser a representação de fato da população brasileira.

O título levanta o moral da equipe em campo, mas fundamentalmente dá a sensação de que o gigante acordou mesmo, dentro e fora de campo.
Felipão foi peça fundamental nesse retorno de confiança. Fez os jogadores entenderem o quanto era importante ter essa identificação. Com um time identificado e com uma Copa diante do torcedor brasileiro as coisas podem funcionar melhor no futuro.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Na rota da Copa

Falta um ano para a Copa do Mundo de 2014. Seis das 12 sedes estão prontas, abrigarão a Copa das Confederações e as outras estão em processo final de construção. A Copa no Brasil já uma realidade bem próxima.

A injeção de recursos públicos causa muita polêmica em relação ao evento. A insatisfação com a Copa e a falta de recursos para itens de importância para a população brasileira como saúde, segurança, lazer e justiça social. Porém, a leitura de que os recursos usados na Copa impedem a aplicação desses recursos em outras áreas é equivocada.  Os nossos recursos são mal utilizados sempre, a corrupção permite os desvios de verba e má gestão em várias outras condutas fraudulentas. Se há uso indevido de dinheiro nos estádios, há em outras áreas. Assim não é por causa da Copa que não há educação e saúde, essas coisas são escassas mesmo sem a competição.

A Copa é só uma desculpa entre tantas outras para a "farra do boi". O que falta é fiscalização e mobilização do povo brasileiro. Lembro bem da festa que fizeram quando houve o anúncio da escolha do Brasil como sede, bastava ter um pouco mais de alcance para ver que os problemas surgiriam. A FIFA escolhe muito bem para onde leva o seu torneio, principalmente depois da Copa de 2006 na Alemanha. Os alemães fizeram jogo duro, construíram poucos estádios, reformaram alguns e não se curvaram as exigências da entidade. Logo a pobre Africa do Sul e os corruptos Brasil e Rússia se tornaram alvos preferenciais. 

A questão é simples, na Alemanha saúde, transporte, educação, segurança são assuntos de interesse nacional, no Brasil o máximo de interesse é uma nota curta no Facebook ou no Twitter. O brasileiro não pode simplesmente reclamar que alguns recursos que deveriam ser aplicados para outros fins e não para a Copa, isso apenas desgasta. 

A Copa dá um grande oportunidade aos brasileiros. É hora de discutir transporte, saúde, educação, segurança. Exigir que as cidades e o país evoluam na velocidade das construções é uma missão. A Copa irá acontecer quer a gente queira ou não, a nossa lamentação em nada vai ajudar. Não basta falar agora em época de Copa se os nossos absurdos gloriosos sempre aconteceram e vão acontecer. Porém, no meio disso tudo ainda há a possibilidade de se debruçar sobre os problemas brasileiros tendo a Copa como gancho. Se há recurso para a construção de um estádio em Manaus, onde o futebol é semi-profissional, há recurso para outros investimentos. Os recursos estão aí, o problema é que a população dorme um sono levemente agitado, enquanto gente bem acordada bola planos mirabolantes para promover a gastança em áreas que não darão para o povo nada em troca.     

Os protestos na Avenida Paulista contra o aumento de valor em um transporte público falido são importantes. Há sim os excessos que acabam dando a uma parte da mídia a chance de dar o rótulo de vandalismo, quando nada mais é que uma manifestação, a violência é a raiva manifestada da sua pior forma, mas não deixa de manifestar algo. Obviamente deveria ser posto em evidência o número expressivo de manifestantes algo que há muito eu não via. Isso mostra maturidade. 

A Copa não deveria ter sido aceita pelos brasileiros, mas já que veio é mais uma possibilidade de atrair atenção para as mazelas e buscar uma solução. Porém, não se pode esquecer que quando o torneio passar ainda haverá muito pelo que lutar.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Vaias para Neymar, uma reflexão

O Brasil venceu a França por 3x0, gols de Oscar, Hernanes e Lucas. O amistoso na Arena do Grêmio marcou a primeira vitória sobre uma grande seleção do Brasil com Felipão no comando técnico. Ainda que o escrete francês estivesse bem desfalcado, a vitória serve para dar mais confiança ao Brasil.
Porém, em meio a euforia, mais uma vez Neymar saiu vaiado do gramado. A antipatia quase generalizada do torcedor brasileiro ao jogador merece uma análise. Análise que vá além da explicação reducionista da inveja. Neymar é, inegavelmente, um dos maiores jogadores que apareceram por aqui. Em 2010, era a cereja do bolo de um grande time. Em 2011 passou a ser o grande craque de um time que era bom. Em 2012 já não teve um grande ano. Em 2013 afundou junto com o Santos e culminou com sua ida para o Barcelona. Há sim um componente de inveja. Neymar tem o tratamento das grandes estrelas e isso incomoda muita gente de fato. Porém, usar apenas isso para definir a falta de carisma com o torcedor de futebol, é ser simplista. 
Deixo claro que quando falo em falta de carisma não me refiro a sua popularidade com crianças e "neymarzetes", mas com o público maior do futebol, aquele interessado no que acontece nas quatro linhas.
Neymar fez gols em quase todos os times de expressão no futebol nacional. 
Nos anos 70 e 80 os talentos apareciam tanto que era comum ir aos estádios para ver um grande ídolo mesmo rival. Era uma época mais branda onde a violência era menor e as rivalidades mais saudáveis. 
Hoje muita coisa mudou, os talentos não são os mesmos e a rivalidade se tornou perigosa. O primeiro grande erro foi achar que Neymar seria imune a esse processo, que ele seria o Pelé moderno que superaria as dificuldades do seu tempo. O grande obstáculo para Neymar foi ser um grande jogador contra os clubes locais. Ser um grande jogador e ser admirado pelos rivais é quase impossível nesses tempos. 
O torcedor santista tem essa característica, acha mesmo que os jogadores talentosos do Santos precisam de um tapete vermelho, era comum a reclamação constante de faltas contra Neymar, era quase proibido fazer faltas no camisa 11. O problema é que a lógica santista não se aplica aos rivais. Seguem exemplos. 
Ronaldo era um ídolo enquanto esteve na Europa. Nutria simpatia de todos, principalmente depois das sérias contusões que teve. Então veio para o Corinthians, fez gols, derrotou adversários e passou a ser alvo de críticas e brincadeiras dos rivais brasileiros, o mito caía. Que santista na Vila Belmiro aplaudiu Ronaldo após o gol por cobertura em Fábio Costa? 
Neymar sofre por ter feito a carreira em cima dos rivais e, convenhamos, o torcedor atual não é tão "bacana" assim. Com sua saída do país é provável que o torcedor em geral diminua a pegação de pé. 
Enfim, as vaias são normais. Injustas algumas vezes, justas em outras já que na Seleção não fez nenhuma grande partida individual. 
O fato é que ao vestir a camisa 10, Neymar atraiu uma pressão que seria desnecessária nesse momento. Já é visado e ficou ainda mais.
Ninguém nega o talento de Neymar, mas não dá pra querer que ele só seja amado, sendo cego ao momento atual do futebol brasileiro. Creio que Neymar sendo "esquecido" no território nacional terá menores problemas. Porém, um possível fracasso na Copa pode marcar para sempre sua carreira. 
Atribuo a uma gestão megalomaníaca da carreira dele e a rivalidade exacerbada como responsáveis pela antipatia mesmo com o Brasil vencendo.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Primeira rodada do Brasileirão, as primeiras impressões.

O Campeonato Brasileiro já começou. O nosso principal torneio tem a particularidade de iniciar de uma forma e começar de outra, isso acontece devido ao torneio começar antes da janela de transferências internacionais, assim as equipes perdem e contratam jogadores durante a competição o que vai mudando o jeito e o destino de cada time. Esse ano terá uma diferença ainda maior por conta da Copa das Confederações que parará a disputa por um mês, dando aos times a oportunidade de fazer uma inter-temporada e preparar melhor suas equipes. Portanto, gosto de sempre refazer as análises a cada dez rodadas.

Os duelos começaram no final da tarde de sábado. Tenório fez o gol solitário que deu a vitória do Vasco sobre a Portuguesa, enquanto Vitória e Internacional empataram em 2x2 na Arena Fonte Nova. O Vasco venceu, mas não inspira confiança, o time atual é jovem demais e poucos jogadores são capazes de decidir jogos, acredito que o time carioca briga pelo meio da tabela, mas bastante preocupado com a degola. 
Muito mais preocupada está a Portuguesa, o time teve problemas na Série A2 e tem jogadores já rodados, mas com histórico recente de fracassos. O time aposta as fichas no argentino Cañete, emprestado pelo São Paulo, mas parece pouco, a Lusa tem que se preocupar muito com o rebaixamento.
O Vitória é mais um candidato a meio da tabela. O time é bom, tem jogadores interessantes, mas carece de maior solidez defensiva. Já o Inter ainda passa por reformulações, porém Dunga vai dando jeito no Colorado que está tomando cara de time. Fred pode ser o grande nome. Nesta toada a Libertadores é mais palpável, a taça ainda parece longe do Beira-Rio.

No Pacaembu, Rafael Marques e Paulinho garantiram o empate no grande duelo entre Botafogo e Corinthians. O Timão, ainda que perca Ralf e Paulinho, é candidato ao título, ainda mais por sua torcida ter dado um recado ao lotar o Pacaembu, a eliminação na Libertadores incendiou a torcida, se incendiar o time, vai ser muito difícil vencer o time de Tite. O Botafogo mostrou bom futebol, a princípio briga pela Libertadores, mas Seedorf pode fazer a diferença e não seria surpreendente se o time carioca levantasse a taça.

No domingo a tarde Neymar se despediu do Santos num 0x0 com o Flamengo. Em Campinas o São Paulo bateu a Ponte Preta por 2x0. O Criciuma anotou 3x1 no Bahia e o Grêmio deixou o Náutico aflito ao vencer por 2x0. 
O Santos é um enigma, com Neymar até poderia sonhar com a Libertadores, sem ele parece que ficará no meio da tabela. O fato é que ninguém sabe como ficará o Peixe sem seu principal jogador nos último quatro anos. O Flamengo vai se estruturando, Jorginho deu um padrão tático maior para o time e, aos poucos, o Mengão vai tomando um rumo interessante que pode esquentar uma briga pela Libertadores, o título seria um sonho, sonho alto nesse momento.
O São Paulo começou bem o torneio. Bateu a Ponte Preta e segue olhando para a Libertadores, o título pode se tornar palpável, hoje ainda parece distante. O Tricolor precisa resolver como irá proteger melhor sua defesa, se conseguir isso vai brigar bem. A Ponte parece time pro meio da tabela, mas o fato de ser um time com uma camisa menos pesada pode ser fator contrário ao time e levar o clube lá pra baixo.
O Criciuma deve se manter na primeira divisão. É uma equipe que está acostumada a cair e voltar e lota sempre a sua casa, não acredito que caia esse ano. O Bahia parece desgovernado e essa sensação deve conduzir o Tricolor para a Série B.
O Grêmio não é um grande favorito ao título, mas tem condições boas de se tornar um, mas hoje já é o maior postulante pela Libertadores. O Náutico deve seguir para a Série B, é difícil que o Timbu mude seu destino.

A noite o Fluminense bateu o Atlético PR, o Cruzeiro atropelou o Goiás e o Coritiba bateu o Atlético MG. O Fluminense ganhou usando reservas e parece ter largado bem, é um dos grandes favoritos ao título. O Furacão começa preocupante, pode acabar voltando para a Série B.
O Cruzeiro passou por cima do Goiás e anda jogando um belo futebol. A raposa entrou forte na disputa pela Libertadores, o título pode se tornar real a cada rodada. O Goiás me parecia time para o meio da tabela, mas essa goleada logo de cara trás duvidas.
O Galo, com um time misto, perdeu, mas é um dos favoritos ao título. O Coritiba ganhou, mas ainda me parece ser time para a parte média da tabela. 

sábado, 25 de maio de 2013

Neymar foi.


Na noite desta sexta-feira, o pai de Neymar foi convocado pela diretoria do Santos para ser informado que o clube aceitou duas propostas pelo jogador, uma do Barcelona e outra do Real Madrid, e que deixaria o atleta e seu staff decidirem o destino.

A proposta madrilenha é mais vantajosa financeiramente, mas a admiração pelo Barcelona e a oportunidade de estrelar um ataque com Messi devem pesar para o atleta. 


Neymar era falado nos corredores santistas aos 14 anos, chegou inclusive a ir para a Europa e viu a estrutura de alguns clubes. Porém permaneceu no Peixe e em 2008 passou a aparecer no banco santista. Em 2009 já foi o grande nome do Santos no vice-campeonato paulista. Em 2010 era o grande nome de um time que  jogava por música e fez um dos melhores seis meses de uma equipe nos últimos anos.
Em 2011 passou a ser a grande estrela da equipe, levando, quase sozinho, o Santos ao título da Libertadores. Em 2012 e 2013 viu uma piora significativa no elenco do Santos e se viu cada vez mais sozinho na tentativa de levar o time para as vitórias.
Não o considero, ainda, um ídolo nacional. O Santos falhou nessa tentativa, o futebol brasileiro, infestado pela rivalidade, não permite essa elevação por aqui. Talvez jogando em Barcelona conviverá menos com essas disputas e se tornará unânime. 

Neymar fez grandes coisas no futebol nacional, deu aos brasileiros aquela velha sensação de que aqui brotam os craques. Porém, é o único em uma terra cada vez menos prodigiosa em talentos. 

Também deu escorregadas como no caso em que foi responsável pela demissão do treinador Dorival Júnior. Dorival dava ao Santos o sentido de futebol ofensivo, se tivesse permanecido no clube, Neymar teria brilhado ainda mais do que na retranca de Muricy. 

A ida de Neymar para a Europa vai permitir a evolução do atleta em diversos aspectos. No aspecto técnico ele tem pouco a evoluir, já é um dos grandes, mas terá contato com outro tipo de jogo. Poderia evoluir aqui, mas iria demorar mais, e manter o craque jogando no nível de mediocridade de alguns companheiros só o atrasaria.

Não gosto quando os melhores vão embora, mas serem mantidos aqui quando o entorno não ajuda é aprisionar o talento. Quem sabe um dia teremos gente séria cuidando para que nosso futebol seja tão bom que os melhores não queiram sair e os melhores lá de fora queiram vir.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Uma pequena compensação. Corinthians campeão.


O apito final do árbitro Guilherme Ceretta deu início a festa corinthiana depois de três dias de indignação. O empate em 1x1 na Vila Belmiro deu ao Corinthians seu título estadual de número 27.
O Corinthians não foi brilhante durante o torneio, da mesma forma que seus pares em grandeza também não foram. Aliás mais uma vez o nível técnico da competição esteve muito baixo. O estadual de São Paulo é uma perda de tempo gigante. 
Na hora da decisão, o Corinthians mostrou que é o time melhor treinado e com maior senso de coletividade do que seus adversários. A prova disso é que, mesmo quando jogou mal, como diante do São Paulo na semifinal, viu um adversário com sérios problemas coletivos e que sucumbiu ao momento corinthiano.
No jogo deste domingo, a força do grupo alvinegro prevaleceu. O Santos tentava vencer na base da vontade, mas a falta de ligação ofensiva era evidente. Neymar era o único capaz de dar ao Peixe vida ofensiva e quando conseguia algo era atirado ao solo, com certo exagero cinematográfico, mas com veracidade. O Corinthians ia trotando no seu ritmo, esfriando o jogo. Frio, quase gelado é o time de Tite.
A temperatura só subiu quando a bola parada santista apareceu ao estilo Muricy. Cícero fez belo gol ao estilo Neymar e fez os santistas vibrarem e os neutros esfregarem as mãos visando as penalidades. Porém, a fogueira santista foi prontamente apagada pelo predestinado Danilo. Num ataque coletivo invejável, o meia pegou rebote para empatar.
A partir daí, apesar de toda a valentia santista, o Corinthians foi senhor da partida. Foram bolas na trave, contra ataques perdidos e chutes errados que teriam facilitado ainda mais a conquista. Ganhou o melhor time.
Ao fim do jogo, faltou reconhecimento da torcida do Santos ao empenho do time que tem limitações técnicas. Ao Corinthians o paulistinha não é motivo para grande festa, mas serve de resposta para a falta de apoio da Federação Paulista e alivia em dose bem pequena a eliminação precoce na Libertadores. 
Destaque para Danilo, de pouca fala, de pouco marketing e que tanta gente ainda torce o nariz. Faz pelo Corinthians o mesmo quarteto de títulos que fez no São Paulo. Que outro jogador fez isso na história? 
Danilo é a cara do time atual do Corinthians. É frio, eficiente, voluntarioso, lutador e vencedor. 
Ah e a arbitragem foi confusa, mas não interferiu no resultado.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Semana brasileira 100% na Libertadores, só que ao contrário.

Os seis brasileiros passaram para as oitavas de final da Libertadores. No duelo doméstico o Atlético Mineiro despachou o São Paulo do torneio, enquanto os demais enfrentaram rivais estrangeiros. Como sempre a imprensa e nosso mercado interno não pestanejou em por todos os brasileiros como favoritos não só nos confrontos, mas pelo título.

Aliás esse é um grande defeito brasileiro, somos soberbos ao falar de futebol. Achamos mesmo que o mundo gira em torno da gente, ainda reproduzimos um discurso ufanista de que somos penta e por isso melhores, sem perceber nosso imenso declínio técnico dos atletas, inclusive na nossa formação. Quando olhamos nossos vizinhos de continente então, achamos que já vencemos só de entrar em campo e, essa semana, foi provado que a soberba derruba e derruba bem.

O Palmeiras foi a primeira vítima. Após suportar um jogo duro no México, já se dizia que o raçudo time alviverde poderia seguir adiante, afinal mesmo na série B, o Palmeiras é melhor que o "sortudo" Tijuana. Em campo, Bruno falhou de forma bisonha e o Palmeiras não teve força para criar, o time é brigador e só, quando precisa de técnica, falta. Os mexicanos foram experientes e souberam segurar o impeto palmeirense. O juiz do jogo foi bem conivente com a cera mexicana e ainda anulou mal um gol do Verdão, embora tenha dado uma penalidade inexistente a favor do time paulista. No primeiro jogo teve uma penalidade não marcada para o Palmeiras, mas o time não teve futebol suficiente para superar as adversidades.

Na quarta, o Corinthians foi ENORMEMENTE prejudicado pela arbitragem, mas dos quatro tempos das duas decisões, o Corinthians só foi Corinthians no último deles. Jogou mal na Bombonera e fez um primeiro tempo irreconhecível no Pacaembu, mesmo tendo uma penalidade a seu favor não marcada e feito um gol legítimo, mal anulado. Ainda sofreu um gol numa falha rara de marcação e pouco chutou ao gol. O que pareceu, em alguns momentos, é que o Corinthians achou que venceria o mesmo Boca Juniors do ano passado, só viu que teria que jogar quando tudo já estava em vias de ruir. Deixar claro que os ERROS de arbitragem não se justificam e que o Corinthians foi eliminado por seus erros e pelos do trio de árbitros. Desconfiar dos erros é normal, afirmar que existe uma conspiração é quase impossível quando não se está por dentro dos bastidores.

O Grêmio também foi derrotado. O time gremista pecou pela falta de ousadia e levou muita pressão do colombiano Independiente Santa Fé. O gol de Medina mandou o time gremista para fora da Libertadores. O Tricolor gaúcho até tentou ir para o desespero, mas Vargas perdeu um gol feito. O Grêmio ficou fora do torneio e foi o menos aguerrido de todos os tempos.

A eliminação sumária lembrou a de 2011 em que apenas o Santos teve a competência para se classificar. Essa de 2013 ainda permitiu que dois brasileiros seguissem, Atlético MG e Fluminense ainda podem dar ao Brasil seu quarto título seguido, mas precisam fugir da soberba para vencerem.     

terça-feira, 14 de maio de 2013

Explicando a convocação de Felipão

Toda convocação para a Seleção Brasileira gera discussões, discordâncias e até mesmo agressividade verbal. Ainda mais quando o Brasil passa por um período de dificuldades como o atual.

No geral a convocação foi boa. É preciso explicar as ausências e as presenças dos 23 escolhidos por Felipão para a Copa dos Confederações e, claro, apontar algumas possíveis peças que poucos falam, mas, na opinião deste que vos escreve, poderiam estar entre os escolhidos.

No gol fica o único cargo de confiança do técnico. Entendo que a convocação de Julio Cesar foi correta. É um goleiro experiente que, apesar de jogar no rebaixado QPR, teve boas atuações que não foram melhores pelo baixo nível técnico dos demais atletas do time inglês. Diego Cavalieri do Fluminense e Jefferson do Botafogo fecharam a lista, Diego pode ser o substituto natural da camisa um depois de 2014. Na lista Victor do Atlético-MG, Rafael do Santos e Diego Alves do Valencia seriam outros bons nomes.

Na lateral direita, mesmo jogando bem abaixo do que pode, Daniel Alves segue intocável. A falta de opções para a ala direita fez Felipão convocar o volante Jean que, de vez em quando, joga na lateral. Embora Rafael do Manchester United e Alessandro do Corinthians poderiam ser opções de banco.

Na outra lateral, Marcelo é o melhor disparado, na reserva está Filipe Luis. Filipe é um daqueles que o povo brasileiro torce o nariz. É um bom lateral que é destaque das boas recentes campanhas do Atlético de Madri, não é surpresa para quem acompanha futebol. O problema é que a ala esquerda anda bem carente de bons nomes, Fabio Santos do Corinthians e Richarlysson do Atlético-MG, mesmo titulares dos dois melhores times do Brasil no momento, não estão no nível da Seleção.

 Na zaga Thiago Silva e David Luiz são indiscutíveis. Dante do Bayern de Munique é outro nome que faz o brasileiro desconfiar, mas é bom que se diga que ele faz parte da equipe que menos tomou gols na temporada européia, merece a vaga. Rever ganhou bem a última vaga, é um baita zagueiro e ganhou a posição pela falta de sequência que Dedé teve até aqui após sua transação ao Cruzeiro. Leandro Castán e Marquinhos da Roma, Gil do Corinthians, Leonardo Silva do Atlético MG são nomes importantes, mas, hoje estão abaixo de Rever.

Volantes geram as maiores polêmicas, principalmente pelos volantes especializados na marcação. O gremista Fernando conta com o apoio de Felipão, Fernando é jovem, bom marcador e tem o algo a mais que é um bom chute de fora da área. No geral é mais jogador do que Ralf do Corinthians e Pierre do Atlético MG que são melhores opções para a reserva do que Luiz Gustavo do Bayern de Munique que foi o escolhido. A favor de Luiz Gustavo pesa o fato de ser integrante, mesmo na reserva, da melhor defesa européia.

A posição de segundo volante tem a sorte de ter três grandes nomes. Hernanes vive momento muito bom na Lazio e Paulinho é o principal nome do aplicado Corinthians. Talvez Ramires esteja num estágio superior a Hernanes e, por isso, merecesse mais a convocação, o problema é que Felipão não olha apenas para o campo, olha para fora dele. O comportamento de Ramires ao não permanecer com o grupo quando foi convocado e não pode jogar em virtude de uma lesão desiludiu o treinador e isso foi determinante para sua exclusão.

O meio e o ataque merecem atenção. Felipão definiu bem que jogará com três meias e um centroavante matador. Por isso teve o cuidado de convocar jogadores de características parecidas para cada posição, um titular e um reserva. 

 Oscar é o melhor meia brasileiro neste momento. É jovem, por isso vacila em alguns momentos. Jadson foi escolhido para ser seu reserva. A escolha é discutível, afinal o meia não é unanimidade nem no São Paulo onde joga. Porém, agradou a Felipão nos dois últimos amistosos e ganhou a posição. Ronaldinho Gaúcho está bem no Atlético MG, mas teve atuações muito ruins na Seleção, embora fosse uma opção mais segura. Kaká vive fase ruim, Willian do Anzhi merecia maior atenção, Ganso ainda está longe do seu melhor e Zé Roberto tem na idade seu maior obstáculo. Porém, os mais experientes mereciam mais espaço do que Jadson.

Na ponta direita, Lucas deve, finalmente, ter uma sequência de titular no lado direito ofensivo do Brasil. Porém, terá na sua reserva o rápido Bernard, o jogador tava merecendo essa chance há algum tempo. Osvaldo do São Paulo corria por fora, mas é menos jogador que os dois citados acima. 

Ao que tudo indica, Neymar deve ser o dono da ponta esquerda. Felipão vê que nossa maior esperança é o dono do lado esquerdo. Hulk é bem menos jogador que Neymar, mas é acostumado a atuar nessa posição, é um bom reserva e vai bem quando usado. Danilo do Corinthians e Diego Tardelli do Atlético MG estão bem, normalmente seriam opções melhores que Hulk, mas este conta com o apoio de Felipão.

Na frente os gols caberão a Fred, o jogador é homem de confiança de Felipão, pesa contra ele a facilidade com a qual se machuca. Leandro Damião foi escolhido para ser seu substituto. O jovem do Internacional não faz boas partidas recentemente, é uma temeridade. Jô do Atlético MG é o melhor da posição depois de Fred, merecia maior atenção. Luis Fabiano vive fase técnica terrível e Alexandre Pato não consegue ser nem titular do Corinthians imagine da Seleção. 

Porém, discordando em alguns pontos, a convocação foi boa e Felipão finalmente terá tempo para transformar uma filosofia de jogo em prática nos treinamentos. O bom é que o time é jovem, promissor e, depois de muito tempo, temos um equilíbrio, são 11 jogadores no futebol brasileiro contra 12 do futebol europeu, bem diferente de um passado nem tão distante assim.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

"Titebilidade" e "muricibol"

O Corinthians venceu o Santos por 2x1 no Pacaembu nos primeiros 90 minutos da decisão do Paulistão 2013. O Timão foi superior em todo o jogo, nos poucos minutos em que o Santos conseguiu jogar apenas equilibrou a partida, nunca dominou.

Melhor distribuído em campo e com menos problemas fora dele, Tite conseguiu fazer o Corinthians dominar a primeira etapa, amassando o Santos no gramado e, não fosse, Rafael e uma certa ambição contida dos avantes corinthianos,  o primeiro tempo poderia ter definido não só a partida como a disputa. Do lado santista, Arouca mostrou que não é a melhor opção para substituir Montillo, os três volantes do Peixe ficaram perdidos sem definição de marcação e abusaram dos erros de passe, assim fica quase impossível enfrentar qualquer time, ainda mais o Corinthians que é o time mais disciplinado taticamente do Brasil.

Com a inoperância do meio campo santista, Paulinho cresceu e foi o homem mais perigoso do Corinthians. Tanto que ele quase fez um golaço na segunda etapa. Na primeira abriu o marcador. Na bola alta Paulo André pegou o rebote e ampliou. Felipe Anderson entrou e, incrivelmente, melhorou o Santos, foi até derrubado na área em que interpretei como penalidade, Wilson Seneme, o árbitro, não entendeu assim e como ele manda mais que eu, não foi dada a falta. Na bola alçada Durval diminuiu e recolocou o Santos na briga. 

Os times voltam a se enfrentar domingo na Vila Belmiro. Provavelmente, o Santos não torne a jogar tão mal. Porém, o Peixe terá que acertar uma partida de erro zero e o Corinthians mostrou, recentemente, ao Santos que não teme a Vila Belmiro. O que nos leva ao título do comentário.

Tite, treinador do Corinthians, é um dos técnicos brasileiros com maior qualidade atual. Tite é didático com a imprensa, mais ainda com os jogadores, faz com que cada jogador saiba exatamente o que fazer em campo, arranca de cada um algo a mais e faz o time jogar taticamente bem e, principalmente, jogar com comprometimento. Sua postura permite um futebol agradável e, ao mesmo tempo, forte. Tite já tinha essa características em bons trabalhos realizados em Grêmio, São Caetano e Palmeiras, mas evoluiu como treinador e por isso é top no mercado. Tem um estilo que agrada a boleirada, ainda mais no Brasil onde os jogadores são mimados, precisam ser condicionados a obedecer taticamente e até mesmo precisam ser motivados.

Muricy Ramalho é diferente. Tem quase nenhuma paciência para explicar futebol para a imprensa. Logo não é difícil imaginar que tenha a mesma dificuldade com os atletas. Por isso tem predileção por jogadores experientes, que não precisam ser talhados e que nem necessitem de motivação maior do que o salário em dia e a honra de jogarem em um time grande. Porém, Muricy tem um jeito diferente de olhar futebol, prefere a competição em detrimento da beleza, a força física não a habilidade, a bola parada não a jogada mais bela e a repetição sistemática de uma forma de jogo. Criou o que maldosamente chamam de "muricibol".

O fato é que Muricy é vitorioso, mas parou no tempo, não evoluiu. Ganhou muito e com méritos não com sorte. Claro que a estrutura de Internacional, São Paulo, Fluminense e Santos ajudaram nas conquistas, mas talvez outro treinador não tivesse a mesma qualidade, ninguém ganha quatro nacionais seguidos na sorte. Porém, enquanto ele relaxava nas conquistas o futebol mundial sofreu uma transformação que Muricy foi incapaz de apreender, embora seus times ainda sejam competitivos.

Tite se modernizou e teve tempo de espera dado pelo Corinthians. Hoje poucos lembram que há três anos seu nome era contestado. Teve tempo de construir essa equipe forte de hoje, não apenas por saber posicionar bem o time, mas por ter uma filosofia moderna de jogo. A "titebilidade" é um caminho mais seguro do que o "muricibol".     

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O fim do "Soberano"?

A derrota por 4x1 para o Atlético-MG no estádio Independência decretou a eliminação do São Paulo da Libertadores 2013. O time do Morumbi tem todo um carinho especial pela competição, mas desta vez foi despreparado para a disputa. A equipe protagonizou sua pior campanha dos últimos anos, muito pouco para quem acredita ter nascido para vencer a América e o Mundo.

O Galo mineiro mostrou que no campo de jogo a tradição se torna apenas detalhe. O time mineiro se impôs desde o primeiro apito do juiz até o final. Entrou com força e disposto a não dar a menor chance ao adversário. Adversário que já entrou fragilizado psicologicamente e enfraquecido com a ausência do único atacante que hoje joga bem pelo lado paulista. Sem Osvaldo, mesmo com três atacantes no banco, Ney Franco optou por Douglas no ataque. Douglas vive momentos esquizofrênico, poderia ser um bom lateral-direito, mas seu treinador o escala de tudo em campo, menos de lateral.

Porém, poderia ser Douglas, Romário ou um poste no ataque tricolor que não venceria o Atlético-MG. A derrota tem significado maior que simples conjecturas técnicas e táticas. O Galo venceu o São Paulo na bola, na técnica, mas, principalmente, por ter se preparado para o momento. A diferença de ideias, organização e montagem dos elencos é gritante. Enquanto os mineiros formaram um elenco experiente e talentoso, no Morumbi se apostou em "dinossauros", jogadores inexperientes e outros de nível baixo. Fora isso, em campo, o time mineiro funciona e arrebenta, o paulista não.

O São Paulo teve um período vencedor no começo dos anos 90. Em 1995 o time que era o terror da América entrou num estado letárgico. Demorou dez anos para retornar para a Libertadores e, logo na segunda participação no retorno, levou o tricampeonato continental e mundial. Até 2008 o Tricolor parecia ter retornado, mas desde então o time voltou aos tempos difíceis.  

O bom momento recente fez o São Paulo se fortalecer, mas junto com o fortalecimento veio a soberba. Incutiram no torcedor a fama de "soberano". Soberania no futebol dura 90 minutos e olhe lá. O uso do termo obriga o São Paulo a ser excelente em tudo que faz, não o é. Hoje o time do Morumbi não é temido por seus pares de tamanho, em virtude de uma administração ultrapassada, baseada em preconceitos e ruim em vários sentidos.

A derrota de ontem deveria ser útil para a aposentadoria do "Soberano". O momento é de humildade, de análise profunda do elenco, dos objetivos e da direção do clube. Juvenal Juvêncio foi um homem importante na história do clube, mas a sua administração implora um fim. Seus conceitos estão ultrapassados, os rivais igualaram a estrutura tão decantada, os clubes armaram contra-golpes da estratégia são-paulina de trazer jogadores em fim de contrato, minaram a grande sacada da equipe de 2005. A diretoria tricolor dormiu achando que nas categorias de base brotariam craques em profusão. Acreditaram mesmo que apenas estrutura e camisa seriam suficientes para glórias.

O São Paulo é um clube que hoje vive no passado. Nesta quarta tomou uma porrada do presente. O golpe, embora doloroso, pode ser absorvido e transformado em coisas boas. A oportunidade de mudança está batendo na porta do Morumbi. Menos soberania, mais futebol.      

Para torcedores é permitida uma dose de soberba, para dirigentes isso é um pecado capital.
   

domingo, 5 de maio de 2013

Penalidades em Mogi e no Morumbi. Santos x Corinthians será a final do Paulista.

O Santos jogou assustadoramente abaixo do que pode diante do Mogi Mirim. O "Sapão" teve o domínio territorial da partida diante de uma noite de nenhuma inspiração de Montillo e de Neymar, o segundo mal como nunca antes eu vi. O Mogi esbarrava nas suas própria limitações e não conseguia agredir o adversário de forma correta, o Santos não conseguia ligar boas jogadas e cometia erros aos montes, tanto que nem Rafael, nem Daniel trabalharam muito na partida. Bafejado pela sorte, o time do interior chegou ao gol no finalzinho com o bom Roni que cabeceou bem para vencer Rafael e permitir aos torcedores sonharem com uma final inédita.

O Santos voltou sem muitas mudanças, não conseguia fazer um grande jogo e esbarrava na noite sinistra dos seus melhores jogadores. Montillo saiu machucado e Neymar não conseguiu brilhar. O Peixe foi moldado ao estilo Muricy, muita correria, muito contato físico, muita bola alçada, mas futebol que é bom mesmo anda bem distante. Ainda assim, essa forma de jogar dá frutos, Edu Dracena aproveitou cruzamento para deixar tudo igual. O Santos não conseguiu pressionar e nem impôs seu ritmo, o jogo ficou num tal de "não quero nada" até o final.

Nos penais brilhou a estrela de Rafael que conseguiu reverter uma situação que quase tirou o Santos do torneio. No fim, o Peixe passou para sua quinta final estadual seguida e Neymar foi aos prantos, resta saber se foi por ter ido para a final ou se é por ser sua última decisão pelo clube.

No Morumbi, outro jogo ruim, mas a tensão de dois gigantes do futebol nacional foi bem grande. O São Paulo começou ligeiramente melhor, chegando bem ao gol com Luis Fabiano, mas Cássio e um erro do bandeirinha não permitiram que o atacante brilhasse. Apesar de ter três atacantes o Corinthians não conseguia ser efetivo no ataque, em parte pelo quase milagroso bom trabalho do sistema defensivo do São Paulo, aliás o grande mérito de Ney Franco foi ter dado ao São Paulo uma maior consistência defensiva. 

Porém, outro problema tricolor se manifestou no começo do jogo, Osvaldo saiu machucado e deu lugar a Douglas. Sem Osvaldo a equipe teve um impeto menor no ataque. O meio de campo mais técnico do time do Morumbi se sobressaía, mas a falta de objetividade no ataque permitia que o Corinthians sofresse pouco. Os jogadores preferiam a malandragem ao futebol, as brigas eclodiam no gramado e Romarinho poderia ter sido expulso por pisar em Wellington. Toloí e Guerreiro trocavam gentilezas. Tudo isso com o aval do fraco apitador que há um més não apitava e ganhou de presente, por sua falta de serviço, apitar a semifinal mais importante.

Na segunda etapa o Corinthians começou mais solto e se arriscou. Porém, logo o São Paulo retomou o controle, mas ainda assim sem conseguir trazer riscos ao gol de Cássio. A briga continuou, Emerson, Wellington e Toloí doidos pelo segundo amarelo que não veio. A tensão prevalecia, Tite mudava mas não saía do padrão. Ney Franco acometido novamente da sua covardia, único defeito do treinador, não tornou o São Paulo mais ofensivo, mesmo tendo Ademilson e Wallyson para fazer esse papel. O técnico foi medroso, mas não dar pra jogar a culpa toda nele, perder seria pior para o São Paulo no tempo normal, poderia significar a demissão e um baque moral. 

 Nos penais, o São Paulo era a zebra, pois mentalmente hoje é mais fraco que o seu rival. Todo mundo ia acertando até que Ganso mandou para fora, uma pena para o meia que está crescendo no time. Quando Alessandro perdeu, o Tricolor respirou, mas aí outro ídolo do clube perdeu, Luis Fabiano permitiu a defesa de Cássio que deu uma pequena adiantada. Pato foi pra última bola, Rogério deu uma adiantada monstruosa e pegou, mas de forma correta o juiz mandou voltar e o camisa sete do Corinthians decretou a sétima eliminação consecutiva do Tricolor na semifinal estadual. 

O São Paulo fez um bom jogo dentro da ruindade da partida. O time do Morumbi pode ficar mais forte e vai, mas é preciso a manutenção do trabalho para que os resultados possa surgir, lembrando que se a equipe for eliminada da Libertadores, ainda terá mais três competições para disputar, é preciso ter confiança no trabalho.

O Corinthians vai para a final para ser o anti-Santos. Os dois finalistas estão longe dos seus melhores dias, mas seguem sendo, nos últimos anos, os dois melhores times de São Paulo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O inverno está chegando...

"O inverno está chegando" é a frase de chamada da épica série Game of Thrones, ela se refere ao inverno tenebroso que se aproxima da terra e trará grandes dificuldades aos homens. É nesse cenário que o São Paulo pode se encontrar nos próximos seis dias se for eliminado no Paulistão pelo Corinthians e na Libertadores pelo Atlético-MG, duelos justamente contra as duas melhores equipes do Brasil hoje, que se tornam mais difíceis ainda depois da derrota dolorida diante dos mineiros no Morumbi.

Em 2008 o time do Morumbi se sentia o mais forte do Brasil, era tri-campeão nacional, tinha grande influência nos bastidores, tinha o melhor elenco, a melhor estrutura, ou seja, estava acima dos demais. Porém, veio 2009 e uma derrota vexatória para o Cruzeiro no Morumbi pela Libertadores determinou a queda do técnico Muricy Ramalho. Naquele momento a soberba dos dirigentes do clube, representantes de um estirpe de são-paulinos em extinção e ultrapassados,  sobrepôs ao decantado planejamento. Não que Muricy já andava desgastado, mas ele poderia ter posto o time no trilho no Brasileirão como nos anos anteriores, mas coube a Ricardo Gomes a missão de direcionar o time e até que foi bem deixando o time na terceira posição do Brasileirão e levando o time até a Libertadores de 2010. Porém, a eliminação nas semifinais da competição sul-americana para o Internacional derrubou o treinador. Depois a diretoria gastou cartuchos com Sergio Baresi, Adilson Batista, Paulo Cesar Carpegiane e Emerson Leão representaram os diversos erros de avaliação da diretoria, sem contar as contratações duvidosas e as demissões estranhas do pessoal de apoio interno do clube.

Entre 2011 e 2012 o presidente Juvenal Juvêncio detectou que o problema não eram os treinadores, era o grupo de atletas. Dispensou mais de doze atletas numa tacada só, resgatou a base, apertou o cinto financeiro do clube, apostou em soluções baratas, mas nada dava certo e a bomba sobrou na mão de Emerson Leão que foi demitido. JJ sabia que não podia mais errar e trouxe Ney Franco, versado em trabalhar com jovens e com jogadores mais desconhecidos. O homem deu jeito, levou o São Paulo de volta para a Libertadores e ainda faturou a Copa Sul-Americana. 2013 tinha tudo para ser o ano da volta triunfal do Tricolor, ledo engano. A maioria das contratações não vingaram, outros estão em declínio físico e técnico e a geração promissora da base, não era tão promissora assim.

Tudo isso levou o São Paulo para longe dos dias ensolarados de glória e para um inverno que se aproxima com força. O time de 2013 é valente e tenta se impor, mas anda esbarrando no erro individual, Ney Franco estabilizou as laterais, melhorou o posicionamento dos volantes, deu a Ganso e Jadson a possibilidade de jogarem juntos, mas não conseguiu evitar que Luis Fabiano e Lúcio comprometessem a temporada. Porém, a grande dúvida é saber como reagirá a diretoria diante dos fracassos caso eles venham. 

Se seguir o caminho comum e demitir Ney Franco dará um passo atrás. Luis Fabiano, Lúcio, Rogério Ceni, Fabrício que deveriam ser os líderes cometem muitas falhas, mas são as peças que podem dar direcionamento ao time. O time precisa fazer uma escolha importante caso seja eliminado ou caso se classifique também, precisa escolher como vai gerir seus próximos anos, se vai derrubar o castelo de areia toda hora ou vai dar tempo de maturação. O clube que outrora se orgulhava do seu planejamento, precisa de fato planejar seus passos futuros.

Precisa fazer um avaliação fria do elenco, dos jogadores contratados, voltar a ser certeiro na admissão de novos jogadores. Precisa retornar a 2003 onde o time saiu do limbo de volta as frias terras do Japão onde foi tri e culminou com o tri nacional em 2008. O planejamento tem que começar independente dos resultados, é bom se preparar, pois a partir de domingo o inverno vai chegar.  

Brasileiros no mata-mata da Libertadores

O Palmeiras abriu o mata-mata ao empatar em 0x0 com o Tijuana no México superando o gramado sintético e trazendo um bom resultado para lutar pela vaga no Pacaembu. 
O Verdão não tomou o sufoco esperado e as bolas mais perigosas foram bem defendidas por Bruno. 
Dentro de casa e com o apoio do seu torcedor, o Palmeiras deve conseguir ter força suficiente para derrotar o rival mexicano.

Depois foi a vez do Grêmio ir a campo diante do colombiano Indenpendiente Santa Fé. 
Com Luxemburgo e o auxiliar Emerson suspensos, coube ao ex-lateral Roger ser o treinador do Tricolor imortal. 
O time começou bem, impondo pressão sobre os defensores rivais, a ausência de Zé Roberto parecia não fazer tanto efeito e o time gremista abriu o marcador com o chileno Vargas. 
O primeiro tempo terminou com os gaúchos na frente.
Na segunda etapa os problemas começaram para o Grêmio, Cris cometeu penalidade infantil e, para completar, foi expulso, saindo vaiado pela massa de torcedores por sua segunda expulsão em Libertadores. 
O time colombiano converteu e o jogo ficou perigoso. Porém, com o chutaço de Fernando, o time mostrou que tem garra o suficiente para, mesmo na altitude, reverter o placar.

Na Argentina o Corinthians esteve irreconhecível. O time de Tite abusou dos passes errados e jogou mais atrás do que deveria. 
O Boca Juniors foi diferente daquele que jogou a final no ano anterior, foi um time mais jovem que deu trabalho na linha defensiva corinthiana. 
O Timão vencia apenas na malandragem, Emerson dava show de esperteza nos argentinos e, apesar de alguns perigos, o jogo seguia equilibrado. 
Na segunda etapa o Boca pressionou um pouco mais e chegou ao seu gol com Blandi em uma falha pouco comum da retaguarda alvinegra. 
O Corinthians quase chegou ao empate com Romarinho e Guerreiro, mas Orion e a trave impediram o empate. 
No fim o Boca até fez o gol, mas Ledesma estava impedido.
No Pacaembu, o Corinthians é favorito ainda pela vaga, mas serve de alerta o mal futebol apresentado nesse jogo. 
Não quero usar a palavra soberba, mas o Corinthians entrou com confiança exagerada e achou que repetiria a grande atuação da final passada sem menores dificuldades, viu que não era bem assim.

Na quinta-feira o grande encontro entre São Paulo e Atlético Mineiro finalmente começou. Embalado por sua torcida, o Tricolor começou com tudo. 
O Galo não conseguiu jogar durante os primeiros minutos e o São Paulo chegou ao gol antes dos dez minutos após grande jogada de Ganso finalizada por Jadson. 
Ao mesmo tempo da alegria, Aloísio saiu machucado e deu lugar a Ademilson, isso foi fundamental, pois o jovem Ademilson perdeu três grandes oportunidades de aumentar o placar, Aloísio, melhor definidor, teria maiores possibilidades de fazer os gols. 
O jogo transcorria sobre domínio tricolor, até a bobagem feita por Lucio que fez falta desnecessária em Bernard, recebeu o segundo amarelo e foi expulso, o problema foi o primeiro que foi dado por reclamação. 
O zagueiro, apesar de experiente, afundou o bom jogo do São Paulo e obrigou Ney Franco tirar Ademilson para entrada de Rhodolfo, o zagueiro entrou perdido e não conseguiu evitar que a cabeçada inviesada de Ronaldinho passasse a sua frente e morresse na rede de Rogério, não achei falha do arqueiro.  Com um a menos e apenas um atacante o time recuou e não tinha força para sair. 
O Atlético tocou e achou o espaço para Tardelli virar. Tentando tirar forças, o São Paulo ainda tentou chegar, Ganso se adiantou para jogar como centroavante, mas o seu poder se finalização não é grande e se mostrou pouco efetivo nessa função.  
A expulsão prejudicou a análise do jogo, o São Paulo mostrou um volume surpreendente de jogo, o que pode indicar um time bem forte para o Brasileirão, mas precisa, de forma urgente, diminuir a incidência de erros individuais comuns aos zagueiros da equipe. 
O Atlético cresceu depois da expulsão, não sei se teria crescido tanto assim a ponto de quase ter matado o jogo caso permanecesse 11 contra 11. 
O Atlético tem o total favoritismo no Independência onde ainda não perdeu. O São Paulo terá que encaixar um jogo perfeito para reverter a situação, mas se repetir a atuação dos primeiros minutos do Morumbi pode sonhar com a vitoria, o 2x1 que levaria para os penais não seria um absurdo.

Por fim, foi a vez do Fluminense entrar em campo diante do Emelec. O time do equador saiu na frente, mas o Flu conseguiu empatar. Porém, o senhor Wilmar Roldan arrumou um pênalti que só ele viu e o Fluminense saiu derrotado. Como eu disse antes dessa fase, brasileiros precisam ficar atentos com a arbitragem, não interessa para a confederação sulamericana uma final brasileira.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Alemães mandam na Europa

Bayern de Munique e Borussia Dortmund derrubaram os gigantes Barcelona e Real Madri e farão uma final alemã na Liga dos Campeões da Europa. Desde 2001 nenhum alemão vence a competição européia.

Jogando de uma forma rápida e organizada os dois times massacraram os espanhóis e deram sinais de que uma nova ordem passa a surgir no futebol mundial. Entretanto, é bom que se saiba que esse domínio não é obra o acaso, é fruto de uma concepção nova que permitiu ao futebol alemão crescer em todos os níveis da base, da organização, da comissão técnica, dos estádios e no futebol propriamente dito.

O vitorioso futebol alemão saiu do alto dos seus títulos e olhou para o lado para perceber o óbvio de que não se bastava, para ver que era preciso agregar valor aos conceitos em voga e criar uma nova forma de ver futebol. Na base passou a aliar a força física ao bom trato da bola, isso resultou em um jogo de boa marcação e disposição, com velocidade aliadas com a habilidade e o controle de bola, elementos que, em conjunto, dão forma ao que chamamos de futebol moderno.

O Barcelona inaugurou ou reinaugurou essa era. O time espanhol mostrou que é possível marcar e ser ofensivo ao mesmo tempo e da beleza que um futebol bem jogado trás para todos os envolvidos. Os alemães viram que isso era o caminho e se prepararam para isso. Por isso, a forma como o Bayern de Munique eliminou o Barcelona de maneira contundente, mostra que a criatura atingiu o auge do seu criador. O ciclo do superbarça se encerra diante de um adversário que seguiu o seu caminho e ainda adicionou características próprias ao futebol jogado se tornando ainda mais perigoso.

De outro lado o endinheirado Real Madrid parou diante do humilde Dortmund. A disposição do time alemão prevaleceu sobre as altas cifras dos merengues e essa é mais uma valiosa lição de que futebol se resolve dentro do gramado e que nem sempre a presença de grandes jogadores renomados signifique uma derrota ou vitória.

A Europa será da Alemanha no quesito futebol. Os dois times representam o melhor da bola nos dias atuais e de fato tem lições grandes a dar. Basta saber quem aproveitará bem essas lições. O nosso futebol pentacampeão tá precisando ter a humildade de olhar para o lado, descobrir que não basta em si mesmo e que se não trabalhar no presenta, vai sempre chorar pelo passado.  

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Caixirola, camisa vermelha, nome de estádio e outros assuntos aleatórios

Pra começar beleza, o que é essa tal de caixirola hein? Pois é, distribuíram essa espécie de chocalho lá no jogo entre Bahia e Vitória na nova Fonte Nova numa tentativa de impor ao brasileiro algo como as barulhentas vuvuzelas na Africa do Sul, ou seja, tinha tudo pra dar errado e deu mesmo. Como o Bahia tomou mais uma paulada do rival, sua torcida mandou as caixirolas para o espaço, quer dizer para o campo. Agora a ideia deve ser deixada de lado, liberem as bandeiras, as faixas e os instrumentos que já está de bom tamanho e é de identidade cultural não imposição. Agora a torcida do Bahia devia ser punida, nada justifica atirar objetos no gramado.

E a camisa vermelha do São Paulo hein, que coisinha estranha. A ideia foi boa, o marketing trabalhou legal, mas a execução ficou horrenda. A numeração, o patrocinador e o símbolo sumiram na imensidão vermelha. Sou totalmente a favor de mudanças na camisa, cores diferentes, isso atrai público, gera renda e comentários. Porém, a execução tem que ser cuidadosa, tem que evitar a chacota, se isso não acontecer é melhor nem fazer. Entretanto, a camisa deve ser sucesso de vendas. 

Agora a briga está nos direitos pelo nome do novo estádio do Palmeiras. A Allianz, empresa de seguros, que dá nome ao campo do Bayern de Munique firmou parceria e, com isso, tem direito a dar nome a arena. Inventaram aí uma votação pela internet, mas já dizem que Arena Allianz Parque deve vencer a disputa. De qualquer forma essa é a nova realidade do futebol, é business, é cascalho, bufunfa, din din. Respeito as pessoas que se agarram ao passado, mas não dá pra viver de passado. O Palmeiras precisa cuidar do seu estádio, da sua vida futura. Esse caminho é natural, chega de estádios sucateados, velhos. Se fossemos pensar assim o Corinthians jogaria até hoje na Fazendinha e o São Paulo na Floresta. Desde que não seja uma imposição de fora sou a favor de mudanças de nome, não importa o lugar, importa o time.

Falando em estádio, o novo Maracanã foi aberto extra-oficialmente, quem esteve por lá diz que não lembra o velho estádio. Isso é ótimo, o Maracanã era dos anos 50, foram 63 anos até essa reforma, o mundo mudou, as pessoas mudaram, os estádios precisam mudar. O saudosismo atravanca processos, impede mudanças, precisamos deixar o passado ir e só levar ensinamentos dele, não ficar suspirando por retorno ao  passado.

A FIFA tá mostrando as garras, já proibiu o uso do nome Mané Garrincha no estádio de Brasília e tirou as baianas do acarajé do estádio em Salvador. Tá parecendo a nau portuguesa que chegou aqui e mudou todos os costumes. Ainda somos colonias?

Paul Breitner, ex meia da Seleção Alemã esteve no Brasil recentemente e deu suas impressões sobre nosso futebol.  O alemão disse o obvio de que nossa base está cheia de problemas, que os jogos aqui são emocionantes, mas ruins tecnicamente, que jogamos um futebol do passado e que nossa gestão é amadora. Tudo isso verdade, mas nós brasileiros somos muito teimosos em relação a futebol. A liga alemã é forte, a seleção alemã é forte, a base alemã é forte, custa mesmo cuidar melhor do nosso futebol aqui? Aí estourou um caso de corrupção lá e já foi motivo pra desvalorizar todo o processo alemão, esqueçamos os pontos negativos, fiquemos só com os bons.

Neymar parece cada vez mais perto da Europa. Acredito que o jogador melhoraria muito lá. Aqui ele já conhece, precisa estar onde estão as estrelas do futebol mundial. Quando o Brasil tiver uma liga profissional de verdade, que atraia grandes jogadores, aí sim os craques ficam por aqui. Fora isso, a constante perseguição ao atleta em jogos do Brasil está, de fato, incomodando e eu nem sou fã do cara.

Pra terminar, o boicote ao São Paulo na base é ridículo. TODOS os clubes fazem o tal do aliciamento de uma forma ou de outra. O que me espanta é que ninguém boicota times de empresários, times que não pagam, times que dão condições sub-humanas aos seus atletas. Ou seja, os clubes só estão preocupados com dinheiro, a formação, a base e o futuro que se danem. 

Lógica no Paulistinha

Deu a lógica nas quartas do Paulista. O Santos passou pelo Palmeiras, Mogi passou pelo Botafogo, Corinthians derrubou a Ponte Preta e o São Paulo espantou a zebra Penapolense.
Na Vila, o jogo começou igual, muita correria e pouca técnica. A qualidade menor do Palmeiras se destacou diante do jogo ruim que o adversário fazia. Tanto que o valente Verdão teve duas boas oportunidades no começo do embate. Porém, na segunda chance que o Santos teve Neymar chutou cruzado para Cícero desviar a pelota para as redes verdes. Daí em diante a turma de Muricy mandou no gramado e o goleiro Bruno operava pequenos milagres na meta, contando também com um dia pouco inspirado do camisa 11 da Vila. O jogo foi desenrolando assim até que Souza e Kléber, alterações feitas pelo professor Gilson Kleina, fazerem a jogada do empate, cruzamento do primeiro, gol do segundo. Kléber que havia sido responsável indireto na derrota palmeirense diante do Tigre da Argentina, encontrava a redenção. 
Com o empate, o jogo foi aos pênaltis. O Palmeiras conseguia o objetivo de ter feito uma partida honesta. Porém Kléber recebeu mais uma dose venenosa do destino ao ver o pé de Rafael defender sua cobrança. Todos os demais acertaram, inclusive Wesley vaiado constantemente na Vila nessa mania estúpida de vaiar um ex defensor do seu clube só por vestir outra camisa, desrespeito total. Até que Leandro bateu e Rafael pegou. Aí Renê Júnior garantiu a classificação santista. 
O Santos segue em busca do tetra, mas o futebol anda longe do seu melhor.

Numa quase ressuscitação do carrossel caipira, o Mogi Mirim atropelou o pobre Botafogo de Ribeirão Preto. O tricolor interiorano foi atropelado por 6x0 e agora só olha pro troféu do interior. O Mogi veste a carapuça de zebra e enfrenta o Santos e o time dificultou demais a vida do Peixe no jogo que fizeram na Vila, empate em 2x2. Pode ser a chance de ir às finais e do cubatense Waguininho aparecer um pouco mais. 
Sem rodeios, favorito é o Peixe.

Apontado como o desafio mais duro, Ponte e Corinthians entraram em campo. A Macaca entrava doida para se aproximar de um título de fato entre os grandes, mas, como sempre, naufragou de novo. A Ponte até conseguiu segurar o ímpeto corinthiano na primeira etapa, mas quando o calcanhar de Danilo desmontou a defesa campineira Romarinho aproveitou chute de Guerreiro para abrir o marcador. A equipe interiorana assustou e Emerson ampliou a vantagem e definiu o confronto.
A Ponte ficou na lona, logo Emerson caiu na área e o juiz deu um penal equivocado, mas o jogo já estava definido, Guerreiro guardou e no fim, após ter perdido dois duelos com Édson Bastos, Pato driblou toda a defesa campineira e marcou um golaço pra matar de vez a Macaca. 
A torcida de Campinas fez bonito ao cantar o hino do clube, mas feio, muito feio em arrumar confusão no fim da partida. De qualquer forma, fica claro que na hora do vamo ver a camisa pesa.

O São Paulo parecia ter a tarefa mais simples diante do Penapolense, mas em campo não foi bem assim. O Tricolor entrou com uma camisa rubro desbotada e desbotado foi seu futebol. O Penapolense jogou fechado explorando os erros do rival, o time do Morumbi apresentava pouca objetividade e se limitou aos chutes de fora da área. 
Tudo bem que é difícil se motivar diante de um adversário infinitamente inferior em níveis técnicos e históricos, mas agir com soberba trás problemas desnecessários. 
Ainda assim, o São Paulo chegou ao gol. Sofreu perigos demais e teve que contar com a boa atuação de Rogério. O Tricolor contou com todo seu elenco e ficou longe de agradar. 
Por pouco o vermelho cor da raça, que aliás me parece bem estranho, não virou vermelho da vergonha.
Agora São Paulo e Corinthians se chocam, talvez seja a oportunidade de tricolores e alvinegros diminuírem a ferocidade de sua rivalidade e até aumentar a carga de ingressos para o Corinthians. 
Obviamente o clássico é diferente em tudo. O Timão tem certo favoritismo por ter uma equipe mais forte taticamente, porém no primeiro clássico, o Tricolor foi melhor nos 90 minutos, perdendo devido a um erro defensivo, vai se jogão. Meu palpite, mero palpite é que o Corinthians passa, mas o São Paulo vai brigar muito.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Libertadores em clima de Brasileirão

Como o previsto os seis brasileiros envolvidos no torneio continental seguem vivos. O Atlético Mineiro levou facilmente a liderança de seu grupo, mostrando um futebol rápido e envolvente que lhe rendeu a primeira colocação geral. O Corinthians superou um primeiro momento de instabilidade em que teve até que suportar um jogo com estádio vazio. Ainda assim o Timão foi líder do seu grupo e segue com um coletivo muito forte. O Fluminense esteve longe de apresentar o futebol sólido do Brasileirão, mas o time de Abel Braga é briguento e vai lutar na raça. O Palmeiras surpreendeu, o time que parecia batido acordou e na base da vontade ficou em primeiro do seu grupo. O Grêmio ainda sofre por não achar o time ideal, mas passou e aí terá a chance de honrar a fama de copeiro. O pior brasileiro e pior dos 16 clubes na classificação final foi o São Paulo, justamente o maior vencedor da taça entre os clubes nacionais em disputa, ainda assim tudo começa do zero, essa é a hora do time ressurgir. Tigre, Newells, Velez e Boca Juniors da Argentina, mais o colombiano Santa Fé, o equatoriano Emelec, o peruano Garcilaso, o mexicano Tijuana, o paraguaio Olimpia e o uruguaio Nacional fecham os presentes nas oitavas.

Atlético e São Paulo farão o duelo doméstico e, talvez, o mais equilibrado desta fase. O Galo tem um elenco melhor que o Tricolor, as alternativas são melhores para Cuca, isso, mais a melhor campanha dão aos mineiros o favoritismo. Porém, o São Paulo, mesmo com suas limitações, tem do seu lado a camisa já acostumada ao torneio e a vitória sobre os atleticanos na última rodada. A classificação veio com contornos épicos e isso trouxe ao time uma confiança perdida há algum tempo e aproximou torcida e time.
O Galo é favorito, mas dentro de campo, tudo pode acontecer.

Quem passar desse confronto enfrenta Palmeiras ou Tijuana. O jogo é perigoso, os mexicanos aproveitam bem o campo sintético e incomodaram muito o atual campeão Corinthians. Porém, se o Palmeiras suportar bem a pressão no estádio Caliente, pode chegar com boas condições para brigar pela vaga no Pacaembu. Apesar de tudo, acredito no Palmeiras.

O Velez me parece mais forte que o Newells, mas o duelo argentino, assim como o brasileiro está completamente em aberto. Quem fica de olho é o Corinthians que, pesando a camisa do adversário, é mais time que o Boca Juniors, na reedição da final passada. Porém, os argentinos são tradicionais e claramente virão mordidos motivados pela vingança.

Do outro lado da chave, o Grêmio tem um bom confronto diante do Santa Fé. Mesmo sendo segundo em seu grupo, o time gremista tem a tradição ao seu lado. A equipe dos pampas fica de olho no confronto entre o tradicional Nacional e o azarão Real Garcilaso, o normal é que os uruguaios vençam.

O mal perdedor Tigre ainda está vivo, mas o Olímpia, muito mais tradicional, deve se encarregar de dar um chute no time argentino. O Fluminense enfrenta o Emelec, novamente é preciso ver como os cariocas se comportarão no primeiro jogo, mas o Flu é favorito e tem possibilidades grandes de passar.

A Libertadores vive um clima de Brasileirão, o Brasil tem a maioria dos representantes, seus times são tecnicamente superiores aos hermanos. Se todos os brasileiros seguirem em frente, as semifinais podem ser disputadas por quatro clubes nacionais, além disso Atlético ou São Paulo podem somente enfrentar clubes brasileiros até a final, se os demais passarem de fase. 

Claro que a hegemonia não agrada aos interesses da Conmebol, portanto olho aberto com a arbitragem e o extra-campo. 

Porém, não se pode perder de vista que isso é competição e nenhum time deve ser descartado. A Libertadores só garante a vantagem de jogar em casa e isso diminui muito a diferença entre as equipes. Basta lembrar que em 2011, somente o Santos sobreviveu a essa etapa do torneio e ainda assim com muito sofrimento. Libertadores não perdoa metidez. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

São Paulo vivo

O Atlético Mineiro tinha o queijo, a faca e a goiabada na mão para eliminar o São Paulo da Libertadores. O time mineiro vinha invicto, cinco vitórias e, mesmo desfalcado de Bernard e Diego Tardelli, mais inteiro para o jogo. O São Paulo tinha a favor apenas o Morumbi e suas 50 mil vozes, os desfalques de Jadson e Luis Fabiano e a campanha decepcionante até o momento deixavam a atmosfera tensa. Além do Galo, era preciso confiar nos argentinos do Arsenal para deterem o The Strongest. Tudo tão difícil, tão impossível, fosse outro esporte, não fosse o futebol.

O Morumbi estava gélido, mas tremia diante dos pulos da massa tricolor que, ao contrário dos comentários clubistas, aparece sempre que precisa. O Galo se armou para os contragolpes, além de tentar anular os avanços de Osvaldo, foi por isso que Cuca optou por Serginho, o Galo não tinha interesse na partida, a não ser eliminar um adversário que, para todos os fins, enfrentaria o próprio time mineiro nas oitavas. Porém, o Atlético não tinha responsabilidade, ao contrário do seu rival que tinha a missão de vencer ou vencer.

A equipe do Morumbi sabia que tecnicamente era inferior ao seu rival, por isso precisava desequilibrar na vontade e foi assim que fez. O time se entregou ao jogo com alma, alma que esteve afastada da equipe já há alguns anos. A correria da equipe fez com que a defesa não errasse muito, coisa que estava se tornando comum ao time de Ney Franco. A dedicação estava estampada em Douglas, que esbarra em seus defeitos técnicos, mas não se esconde e joga para o time. O time todo se doou ao coletivo, até Ganso deu carrinho para desarmar na defesa, assim o sistema defensivo tricolor não correu os tradicionais riscos.

O primeiro tempo foi intenso, mas ruim tecnicamente. A bola não chegou com perigo aos gols defendidos por Victor e Rogério. A rigor não houve nenhuma intervenção dos dois arqueiros que eram meros coadjuvantes do espetáculo de divididas e lutas. Serginho e Marcos Rocha deram conta da marcação de Osvaldo e Carleto e Ganso era bem cuidado por Pierre e Leandro Donizete. Do outro lado, Denilson, Wellington, Lucio, Toloi, Paulo Miranda e Carleto não deram espaços para Ronaldinho e Jô. A única jogada que levantou a galera foi a caneta de Ganso em Serginho.

Na Argentina o Arsenal ia vencendo o The Strongest e se classificava com o 0x0 no Morumbi. Ao São Paulo bastava uma vitória simples. Porém, era preciso algo diferente em campo. Ronaldinho, sem maldade, disse que faltava alegria ao Atlético e que o jogo era um treino para a próxima fase, o problema é que o meia deu margem para a polêmica, era o combustível que faltava.

Cuca mostrou que queria vencer e tirou o apático Luan para a entrada de Alecsandro. Ainda assim o São Paulo voltou melhor. Aos dez minutos, Osvaldo, jogando pela direita em cima de Richarlysson alçou a bola que sobrou para Aloísio que foi puxado por Leonardo Silva e o juiz deu penalidade. No meu mundo perfeito isso não seria penalidade, no Brasil é. Aloísio até foi puxado, mas não foi para aquela queda toda. Leonardo Silva foi inocente demais. Porém, bola na cal, Rogério com sua camisa celeste, bateu e abriu o marcador. Ao mesmo tempo em que o, também celeste, Arsenal ampliava. A vaga estava quase nas mãos tricolores.  

Querendo eliminar o concorrente Cuca lançou mão de Neto Berola, mas não ficou mais ofensivo e deu espaços para o São Paulo. O Tricolor passou a cozinhar o jogo, sabia bem que não era hora de correr riscos desnecessários. Ademilson entrou e o time ganhou velocidade. Até que Ganso venceu duelo com Pierre e rolou para Osvaldo ganhar do marcador na corrida e rolar para Ademilson ampliar. Daí em diante bastou ao São Paulo administrar até o apito final. Porém, antes mesmo do jogo acabar no Morumbi, já havia festa o Arsenal venceu o The Strongest por 2x1 e deu uma mãozinha para o São Paulo.

O jogo foi emocionante, pegado e intenso, mas pouco técnico. Não dá pra sair por aí garganteando que o São Paulo ressurgiu, muita calma nessa hora. O time do Morumbi tem um caminho longo e pouco tempo para percorre-lo, precisa demonstrar essa intensidade mais vezes, aliada ao crescimento técnico. Ganso ainda deve muito ao clube, precisa fazer mais ainda. Porém, o São Paulo é forte e tem para onde crescer.

O Atlético teve uma boa lição, certamente virá ao Morumbi melhor preparado nas oitavas. O Galo é favorito, tem peças de reposição melhores e uma campanha que não deixa dúvidas do seu potencial. Claro que a questão da tradição tem seu valor, mas não é determinante em um elenco tão experiente quanto o dos mineiros. O Galo é favorito, mas não custa lembrar que dos adversários da primeira fase, o São Paulo foi o que deu mais trabalho.

A arbitragem errou na penalidade e apitou muitas faltas desnecessárias, o jogo teria sido ainda melhor não fosse a intromissão do juiz. 

Por Rodolpho Moreno

domingo, 31 de março de 2013

Corinthians vence Majestoso equilibrado

O São Paulo abriu o marcador com Jadson, porém Danilo deixou tudo igual e, no fim, Ceni e Pato se envolveram em lance polêmico, mas o juiz marcou penalidade e Pato deu a vitória ao time do Parque São Jorge.

O Tricolor foi melhor durante a maior parte do jogo, mas novamente sofreu por falta de conjunto, conjunto muito bem definido pelo Corinthians. Todo mundo sabe como o time de Tite funciona, as peças entram fazendo exatamente o que se espera delas, embora Romarinho e Emerson não tenham conseguido ser tão efetivos quanto Renato Augusto vinha sendo. 

Ney Franco teve todos os jogadores a disposição pela primeira vez na temporada. Até por isso o time do Morumbi deveria ter poupado o seu time titular para o jogo de vida ou morte diante do The Strongest pela Liberadores. O clássico valia muito mais para o Corinthians que para o time dono da casa. Ainda assim Ney Franco pôde aproveitar para ter em campo aquilo que considera ideal no momento. Só tenho ressalvas a presença de Denilson como titular e preferia um volante mais qualificado do que um meio com Maicon, que tornou a transição do São Paulo lenta. 

Em campo o São Paulo vai se acertando. Paulo Miranda e Carleto diminuíram a pressão que o time sofria pelas pontas, fora isso o meio-campo e ataque melhoraram o aproveitamento dos passes, além de agora terem uma movimentação maior sem a bola e uma participação defensiva mais importante. Assim, o São Paulo abriu o marcador com Jadson, há uma reclamação de falta no começo da jogada que no meu entender inexistiu, houve contato, mas é futebol, em futebol há contato. O São Paulo manteve a posse de bola e foi mais perigoso nos lances seguintes, não tivesse desperdiçado tantas oportunidades teria vencido o clássico. Porém, o Corinthians vive um momento melhor que seu adversário e tem um time capaz de equilibra jogos mesmo quando o adversário é superior no jogo. Enquanto o São Paulo sofre com a falha individual na partida, falha até de Rogério que quase se complicou em dois lances onde dificilmente erra.

A prova veio no único erro de Paulo Miranda no lado direito que deu espaço para Danilo dominar e, como costume, crescer em clássicos entre São Paulo e Corinthians seja qual camisa esteja vestindo, empatando o clássico. 

Na segunda etapa o Corinthians equilibrou de vez o jogo, tanto que não houve supremacia de ninguém no segundo tempo. Porém, novamente o São Paulo esbarrou no fato de não ser um time pronto como seu rival. Em outro erro individual, Tolói que fazia boa partida, recuou curto, Pato correu e conseguiu dividir a bola com Rogério e árbitro soprou pênalti para o Corinthians, o lance é interpretativo, mas vendo o lance não achei que houve a penalidade. Pato chega antes de Rogério e toca a bola, aí há o choque do pé de Rogério com a sola da chuteira do avante corinthiano. Para mim choque normal, nem penalidade, nem falta.

Analisando melhor lance, primeiro olhamos a questão da intenção, Rogério visa a bola, Pato é mais rápido e toca antes do choque, a interpretação do lance é importante, afinal a regra é interpretativa não clara. Segundo, tem que ver se Pato tinha condições de seguir no lance e ele tinha totais possibilidades de continuar a jogada. Por fim, o retrato da incerteza da arbitragem foi Rogério ter recebido apenas o amarelo, se o juiz realmente considerou penalidade deveria ter expulsado o goleiro, pois era um lance claro de gol. Pato sem ter absolutamente nada haver com o erro do árbitro bateu firme para virar. Depois fez sinal se silêncio ao fazer o gol, direito legítimo de provocar, só não sei se deveria fazer isso, acho que é um gesto pequeno, é mais uma preocupação com os adversários que com seu próprio torcedor. 

O jogo não foi decidido pela arbitragem, embora a impressão fique nesse lance capital. Para o Corinthians fica a confirmação de que o time é forte e capaz de lidar com adversidades. Para o São Paulo resta a impressão de que vai ficar forte, mas que ainda carece e tempo, o problemas é que o time falha demais em jogos importantes e a paciência do torcedor é bem curta.