décima terceira rodada e a empacada dos líderes

Os  líderes pontuaram pouco nessa rodada, o que permitiu uma aproximação do grupo de meio de tabela na área da Libertadores.

No Beira-Rio, mesmo com Forlan no ataque, o Inter ficou no 0x0 diante do Vasco. No Couto Pereira, o Coxa barrou a melhora gremista, Leonardo fez o segundo dos paranaenses que fizeram 2x1 e impediram os gaúchos de somar pontos para embolar a briga pela taça. Pra encerrar o sábado, Seedorf ou Sidão se preferir, deixou de ser pé gelado e viu Andrezinho dar a vitória ao Fogão, um dos beneficiados pela rodada. O Figueira segue o calvário que deve terminar na Segundona.

No domingo, o líder Atlético MG teve um adversário a altura. O Fluminense recebeu o Galo e quase evitou o 0x0 num gol mal anulado de Fred, no fim reclamação foi o que sobrou. No Morumbi, Ceni e Luis Fabiano de volta e goleada Tricolor, com dois gols do camisa nove, o camisa um foi pouco testado, mas ajudou no comando do time que fez 4x1 e se animou, do lado do Mengo a certeza de que Dorival terá muito trabalho. Em Recife, o Sport empacou e ficou apenas no empate com o Atlético de Goias que não encontrou uma defesa mole como foi a são paulina no meio de semana. Na Bahia o Corinthians martelou o Tricolor baiano, mas a bola não entrou e o placar não se mexeu. Em Santos, o Peixe fez gols após quatro jogos sem comemorar, destaque para o menino Vitor Andrade que deu passe de calcanhar para Bruno Peres abrir a contagem, Roger empatou, mas no fim Miralles tentou perder, mas acabou fazendo o gol da vitória. Em Minas, Borges fez dois e o Palmeiras só um, jogo onde os três gols, foram erros de arbitragem, mas o Palmeiras precisa reclamar menos e voltar a ser o time da Copa do Brasil. Por fim, a Portuguesa deu uma respirada da zona do rebaixamento ao vencer o Náutico por 3x1.

Quarta-feira gorda

A décima segunda rodada do Brasileirão teve sete dos dez jogos nesta quarta-feira.

Ponte Preta 1x1 Sport
Em Campinas, a Ponte saiu na frente com André Luis, mas Marquinhos chutou forte para igualar. A Macaca faz bom campeonato, mas somou apenas um ponto em dois jogos seguidos em casa e isso é imperdoável. O Sport está em reformulação, ainda é cedo pra avaliar.


Figueirense 0x1 Internacional
Mais uma derrota em casa e uma atuação fraca do Figueirense. O time catarinense parece cada vez mais perto da segunda divisão. O Inter venceu no gol de Dagoberto. O time gaúcho chegou a segunda vitória com Fernandão no comando. A volta de D´ Alessandro é primordial para que o Colorado sonhe com voos altos no torneio.


Vasco 1x0 Botafogo
No clássico carioca, os experientes foram destaques. Renato, Seedorf e Juninho desfilaram categoria e coordenaram as jogadas num jogo bem disputado e com chances para os dois lados. O gol de Alecsandro, após belo passe de Juninho deu a vitória ao time vascaíno montado há mais tempo. O Botafogo mostrou força, mas ainda sofre com os problemas de entrosamento que só serão solucionados com o tempo.


Náutico 3x4 Coritiba
O Timbu segue fazendo muitos gols, mas tomando muitos também. Souza abriu o marcador, Robinho empatou, Kieza desempatou, Leonardo fez dois e virou, Pereira aumentou e Rico diminuiu.
O Náutico tem dificuldades em casa e o desempenho põe em risco a permanência na Série A. O Coritiba vai se recuperando aos poucos e dando sinais de recuperação. A presença de um centroavante definidor como Leonardo ajudou muito na melhora ofensiva. Um dos gols de Leonardo foi de pênalti, não vi o lance então não vou comentar, ainda mais no Brasil onde qualquer coisa é dada a penalidade.


 Corinthians 2x0 Cruzeiro
O velho Corinthians está de volta, novamente muito competitivo, teve perdas controladas e aumentou a qualidade técnica com Guerrero e Martinez, assim parece reacendido e vai brigar pelo título.
O Cruzeiro é mais um em reformulação, pode ficar forte mas precisa de tempo.No jogo nada para reclamar, Chicão abriu o placar de pênalti que existiu em cima de Jorge Henrique e Paulinho fez um golaço para decretar a vitória paulista.


Grêmio 1x0 Fluminense
No Olímpico, Kleber deu a vitória aos gaúchos. O camisa 30 foi as redes, derrubou a invencibilidade tricolor carioca e foi expulso pra variar. O jogo foi bem disputado, mas o Fluminense tem focado seu jogo na defesa, uma hora iria sofrer com isso, mas ainda aparece como um dos favoritos. O Grêmio parecia em formação e só buscar a vaga na Libertadores, mas o encaixe de Elano e Zé Roberto e os resultados indicam que os gaúchos podem brigar pela taça.


Atlético GO 4x3 São Paulo
Assisti a esse jogo. Bom a partida foi no mínimo estranha. No primeiro tempo, o São Paulo foi facilmente batido, a marcação tentou ser forte e até foi, pois o Atlético chegou ao primeiro gol numa bola parada. A falta não existiu, mas o que também não existiu foi posicionamento e atenção da defesa Tricolor que viu de camarote a cabeçada de Marino. O time do São Paulo é jovem e sem confiança, aí acaba sucumbindo nas dificuldades. Eron invadiu a área e caiu, o juiz errou feio, não houve penalidade, mas o goleiro Marcio converteu. O São Paulo foi a lona e em nova falha ridícula de posicionamento a defesa permitiu a cabeçada de Patric pra fazer o terceiro. O São Paulo reagiu e em boa troca de passes chegou ao gol com Ademilson. Porém, em nova bobeada e em nova falta que para mim não houve, embora tenha sido um lance que cabe interpretação, Wesley fez o quarto. O intervalo deve ter sido tenso, perder de 4x1 para o último e pior ataque era um grande problema.
Na volta Rodrigo Caio e Casemiro entraram e o time foi pra cima. Diminuiu em penalidade convertida por Jadson, penalidade que também não existiu. Tolói acertou um chutaço para diminuir ainda mais. No fim os goianos se defenderam e o São Paulo foi pouco ofensivo, mas ainda levou algum perigo. Porém, perdeu ainda assim.
O Tricolor conviverá com esses problemas até o fim. A falta de planejamento do elenco e do time vai cobrando seu preço. A vantagem é que Ney Franco tem observado as dificuldades e melhorado o time pouco a pouco. Só o tempo pode mostrar o que o time realmente pode fazer no Brasileirão.

A décima primeira rodada e alguns prognósticos possíveis

Neste fim de semana, o Brasileirão chegou a sua décima primeira rodada e nesse primeiro quarto de campeonato já é possível prever o destino dos clubes ou, pelo menos, ter uma ideia do que vem por ai.

Sábado:
Vasco 2x0 Santos
Em São Januário, Douglas e Alecsandro foram os goleadores. O Vasco briga diretamente pelo título, tem um time forte e boas opções. As saídas de Diego Souza e Fagner serão menos sentidas, até pelas boas contratações de Auremir e Wendell. Já o Santos sem Neymar durante as Olimpíadas e Ganso que não se sabe se voltará para a Vila e com contratações discretas só deve brigar mesmo pela Copa Sul Americana.

Sport 1x4 Atlético MG
Em Recife, o Sport abriu o marcador com Gilberto. Porém, as grandes atuações de Danilinho, Ronaldinho Gaúcho e Bernard, todos fazendo gols, viraram o placar que ainda teve um gol de Jô. O Galo está muito forte, um time talentoso e com muitas opções, sendo também favorito para a taça. O Sport está se montando durante a competição devendo se coloca na parte intermediária da tabela.

Corinthians 1x1 Portuguesa
No Pacaembu, o equilíbrio marcou o jogo.  O Timão está melhor agora que só tem olhos para o Brasileirão, mas saiu atrás no gol de Heverton. A Lusa se postou bem defensivamente, mas o Corinthians chegou ao empate com Douglas.
O Timão só pode sonhar com o título e se depender de Tite a equipe vai em busca disso. Houve um acréscimo de qualidade com a chegada de Guerrero e Martinez, assim o time tem condições de chegar na briga direta da taça. A Lusa também qualificou o elenco e melhorou defensivamente, o goleiro Dida é fundamental, fugir do rebaixamento é possível.

Domingo:
Palmeiras 3x0 Nautico
Na Arena Barueri o Palmeiras se impôs. Obina reestreou com gol, Mazinho e Marcio Araújo fecharam a tampa. O Verdão superou as ausências e conseguiu uma consistência boa e pode brigar na parte de cima da tabela. Apenas não deverá disputar o título pela demora em se concentrar no Brasileirão. O Náutico apostou na experiência, mas o time de Alexandre Gallo parece que não terá forças para se manter na primeira divisão.

Internacional 4x1 Atlético GO
No Beira Rio o Internacional, sob o comando de Fernandão, goleou o time goiano. Dagoberto, Jajá, Elton e Fred marcaram para os gaúchos, Renê diminuiu.
O Inter deve brigar pela Libertadores, poderia disputar a taça, mas os reforços demorarão para jogar e a demissão de Dorival Junior e a escolha por Fernandão, uma aventura, deve atrapalhar a caminhada. O Atlético caminha livre para o rebaixamento.

Cruzeiro 1x0 Flamengo
Em Minas a Raposa conseguiu uma vitória magra sobre o Flamengo. Borges deu a vitória ao time de Celso Roth.
O Cruzeiro deve brigar pela Libertadores, apesar de ainda ter que resolver problemas no elenco. O Flamengo está perdido, os garotos estão sendo queimados e os mais experientes estão em má fase. Fora isso, parece que Joel Santana perdeu as redeas do time, assim o destino parece ser o meio da tabela.

Figueirense 0x2 São Paulo
Em Florianópolis, o São Paulo ainda buscando a melhor formação e com problemas de contusão na equipe, fez um jogo melhor do que os anteriores. Jogou compactado, marcou na frente, somente demonstrou falta de criatividade, mas demonstrou vontade.
O Figueirense demonstra fraqueza. O time foi desmontado do ano passado, briga para não cair.
O São Paulo que venceu com gols de Willian e Ademilson, ainda vai sofrer até ser confiável, mas mesmo assim deve brigar pela Libertadores.

Botafogo 0x1 Grêmio
Na estréia de Seedorf, quem brilhou foi Marcelo Moreno autor do gol. Foi um bom jogo, bem movimentado, mas o time gremista é melhor formado e venceu. Porém, ambas as equipes brigam pela Libertadores.

Ponte Preta 1x2 Fluminense
Em Campinas, a Ponte criou problemas, mas sucumbiu diante do invicto Tricolor. Thiago Neves, Fred e Ferron foram para o gol.
A Ponte Preta faz um grande trabalho e deve ficar no meio da tabela. O Flu briga pela taça.

Bahia 2x2 Coritiba
Na Bahia Mancini e Souza colocaram o Tricolor na frente. O Coxa buscou o resultado e Everton Costa e Emerson empataram.
O Bahia, com muitos jogadores experientes demonstra dificuldades, briga para não cair. O Coxa tem que abrir o olho, mas me parece time para ficar no meio da tabela.

Seria o UFC tão mau assim?

Algum tempo já se passou desde a vitória do brasileiro Anderson Silva sobre o americano Chael Sonnen no UFC 148 realizado em Las Vegas nos Estados Unidos.

O UFC é uma categoria de luta, um torneio de artes marciais mistas. Gera um bom montante de dinheiro e se popularizou pelo mundo. A competição se transformou, ganhou categorias, ganhou regras e virou fenômeno de arrecadação. Em um passado não muito distante, o UFC se restringia ao Japão e os lutadores brasileiros faziam grande sucesso por lá.

O UFC foi ganhando o mundo até chegar aqui no Brasil. A atração é tanta que três edições foram no Brasil e uma quarta ainda acontecerá nesse ano de 2012. Porém, a modalidade gera discussão por aqui. Muita gente entende como esporte, uma outra parcela não gosta e acredita que as pessoas, em especial crianças, seriam influenciadas por uma violência explícita.

Eu sou de uma corrente mais favorável ao UFC. É uma competição, tem regras, exige dedicação dos atletas, preparação, conhecimento das artes marciais, técnica entre outras qualidades. Para o público pode servir de válvula de escape da agressividade interna e, talvez por isso, seja tão popular. O ser humano, em seu processo evolutivo, sempre teve uma porção de agressividade, caso não tivesse não chegaria vivo até aqui como espécie. A vida em sociedade obrigou a espécie a sublimar seus impulsos agressivos, umas pessoas tem impulsos menores, outras maiores, isso varia de pessoa para pessoa. O fato é que o UFC pode ser essa válvula de escape para a sociedade, por isso chama tanto a atenção.

Com relação as crianças o UFC serve para que elas se interessem por artes marciais que entre outras qualidades, trabalha concentração, disciplina e outras qualidades importantes para a vivência em sociedade. Sendo bem mais educativo do que vídeo-games e novelas que a sociedade não questiona tanto na relação.

Acho que o sucesso do UFC significa alguma coisa que vai além do simples ato de socar o adversário. É um grande show de entretenimento que pode trazer mais benefícios do que malefícios.  Induz menos agressividade do que o futebol por exemplo que vive em brigas de torcida e cenas de desrespeito como quem tem facebook vive presenciando.

Emoções diferentes

Um detalhe que não comentei no post anterior. O Palmeiras me pareceu mais emocionado na conquista do que o Corinthians. Os jogadores do Palmeiras se emocionaram mais, o choro brotou com mais facilidade. Talvez pela maior juventude do grupo palmeirense, cheio de jogadores que ainda buscam seu espaço no futebol ou jogadores questionados, porém os jogadores palmeirenses assimilaram mais rápido a conquista.

No caso do Corinthians, os jogadores pareciam mais frios. Talvez por ser um grupo mais maduro, acostumado com decisões e títulos. Embora pareceu que os jogadores não dimensionaram o tamanho da conquista da Taça Libertadores.

Claro que isso não importa, o que importa é a emoção do torcedor que foi grande em ambas as conquistas. Não é para criar polêmica, mas, vendo de fora, a emoção palmeirense foi maior. E você o que acha?

O grito entalado

O Palmeiras fez um jogo maduro e consciente na noite desta quarta-feira no Couto Pereira diante de toda a pressão que o time e a torcida do Coritiba fazem quando jogam em casa. O Verdão foi valente, impediu o ataque maciço rival, esfriou o jogo e até silenciou a torcida paranaense em alguns bocados do primeiro tempo. O time paulista conseguiu ser pouco incomodado na defesa e até arriscar contra-golpes. Na segunda etapa, o Coxa aumentou o ritmo, saiu na frente na falta cobrada pelo bom lateral Ayrton. A festa paranaense não durou muito, pouco tempo depois Marcos Assunção cobrou a falta na cabeça de Betinho, a bola morreu no canto direito de Vanderlei, 1x1. O Coritiba teria menos de 20 minutos para fazer três gols, não daria tempo, o jogo acabou na cabeçada de Betinho, foi questão de tempo até o apito final e a conquista da Copa do Brasil.

O Verdão estava há quatro anos sem gritar campeão. O Paulistão de 2008 com o comando de Vanderlei Luxemburgo era a última alegria palmeirense. Em termos nacionais eram 12 anos de jejum. Em 2000, a equipe sobre o comando de Flávio Murtosa, assistente técnico de Felipão, que na época virou técnico por uma opção mais barata da diretoria, venceu a extinta Copa dos Campeões disputada no Nordeste. Por 12 anos esse grito de campeão ficou entalado do palmeirense que agora pôde extravasar nessa conquista.

O Palmeiras não possui uma equipe primorosa. O time tem muitos defeitos e um grupo de jogadores que ainda precisa de ajustes. Felipão foi questionado em muitas oportunidades, mas fez a equipe jogar com humildade, mesmo diante de adversários mais poderosos. O time sofreu ao perder Luan, Barcos, Wesley, Valdivia, Henrique, Maikon Leite em contusões ou suspensões, ao ter o elenco reformulado durante a competição. Ainda assim não foi derrotado em nenhuma das onze partidas que  disputou. O time ainda precisa de reforços, mas conta com heróis inesperados como Mazinho e Betinho que chegaram desconhecidos e saem responsáveis pela conquista. 

Quando passei a me interessar por futebol era em 1998, eu tinha 12 anos. Naquela época, o Palmeiras e o Corinthians dividiam o cenário das grandes conquistas, mas o Verdão era mais reconhecido pelas grandes campanhas internacionais, era o mais vencedor. Quando a parceria com a Parmalat acabou, o time passou um processo de apequenamento. Com esse título, o Palmeiras volta a figurar entre os principais times do país, saindo daquela figura de coadjuvante a qual o time parecia estranhamente acostumado.

O Palmeiras mereceu essa conquista, toda a nação palmeirense pode bater no peito com orgulho. Como diz o hino a torcida que canta e vibra, pode cantar e vibrar com mais força ainda.

Centenário do Fla-Flu, a importância do rival

No domingo, Flamengo e Fluminense entraram em campo comemorando os 100 anos do clássico mais charmoso do Brasil. A festa foi bonita, teve torcedores ilustres cantando os hinos do clube, 40 mil torcedores, trio elétrico. Apenas o jogo em si ficou abaixo do esperado, apenas Fred brilhou e fez o gol da vitória Tricolor. Fluminense que venceu o primeiro há 100 anos.

Porém, mais importante que o resultado é a festa. Quando uma equipe faz 100 anos, o futebol comemora, mas a torcida daquele determinado time faz a festa para si e apenas isso. Quando se comemora essa marca em um jogo específico, aí está a essência do futebol. Quando se reconhece um grande confronto, se admite que o adversário é tão grande quanto o seu time e, também, por causa desse rival a grandeza de seu clube é confirmada.

A visão parece confusa mas é simples. Uma equipe grande não é grande sozinha, tem que ter um rival a sua altura. Para um jogo ser clássico, é preciso que os dois times se equiparem em nível de grandeza, títulos ou história. Um clássico se refere a respeito, respeito entre camisas. A beleza do futebol está nesse respeito, as vezes sublimado em forma de rivalidade. No fundo, por mais que o torcedor adversário negue, o time rival é peça importante no seu amor.

O bom torcedor tem que enxergar além do ódio ao rival que tem sido tão massificado. O bom torcedor precisa aprender que sem o rival, a história de seu clube poderia ser menor, menos gloriosa. O futebol só existe por conta da existência do adversário. Sem adversário não há esporte.

As torcidas de Flamengo e Fluminense provaram que é possível fazer um duelo, com respeito, rivalidade, mas acima de tudo civilidade. Se todos os clássicos fossem assim veríamos menos agressividade e violência por aí.

Oitava rodada do Brasileirão 2012

Com o fim da Libertadores e o iminente fim da Copa do Brasil nesta quarta, o Brasileirão está prestes a começar de verdade no próximo final de semana. Porém, essa rodada já foi um prenúncio do que vem por aí.

No Engenhão, o Botafogo apresentou Seedorf para a torcida. O holandês viu de perto a vitória por 3x0 sobre o Bahia. O jogo foi de Cidinho, a cria da casa de 19 anos fez dois gols. Elkesson fechou a conta numa bela noite carioca.

O Internacional venceu o Cruzeiro no Beira-Rio. O 2x1 foi construído através do talento de Oscar e Leandro Damião. O Cruzeiro tentou pressionar, mas só chegou ao gol com Léo. Os mineiros até fizeram bom jogo, os colorados saem felizes, mas Oscar e Damião seguem para as Olimpíadas e mesmo com a apresentação do uruguaio Forlan, o time sentirá a falta de seus garotos.

Em Goiás, o Atlético Goianiense continua mostrando que a Série B parece ser a realidade do clube. Araújo garantiu a vitória do Náutico por 1x0.

No Rio, houve festa para o centenário do Fla-Flu. Quem levou a melhor foi o Fluminense que venceu no gol solitário de  Fred. Depois, o Tricolor recuou e deixou o Flamengo atacar de forma equivocada. Hoje, o Flu é muito superior ao adversário.

Na Vila Belmiro, o Santos fez 4x2 no Grêmio. Edu Dracena, Neymar, dois de Felipe Anderson para o Peixe. Marquinhos e Vilson diminuíram para os gaúchos. A vitória alenta o Santos, que perde Neymar, Rafael e Ganso para a Seleção e com poucas opções de reposição. Cheio de garotos e com problemas no elenco, o santista tem que se preocupar. A notícia boa é que Felipe Anderson finalmente jogou aquilo que mostrava na base santista.

No Morumbi, o São Paulo sobre os olhares de Ney Franco venceu os reservas do Coritiba por 3x1. Jadson abriu o marcador. O Tricolor se acomodou e o Coxa foi perigoso. Maicon ampliou. Robinho diminuiu em penalidade. Osvaldo fez o terceiro e vitória assegurada.

Em Santa Catarina, o Figueirense ficou no empate com o Vasco. Diego Souza abriu o marcador, mas Roni deixou tudo igual.

Em Minas, o Atlético se manteve na liderança ao fazer 2x0 na Portuguesa. Marcos Rocha e Leonardo Silva fizeram aproveitando duas falhas do goleiro Dida. O Galo está forte e tem chances reais de título.

Em Campinas, Ricardinho deu a vitória para a Ponte Preta diante de um Palmeiras cheio de garotos pensando na Copa do Brasil.

No Recife, o Corinthians teve até treinador reserva, mas abriu o marcador com Liédson. No fim, Marquinhos deixou tudo igual.

Com uma mão na taça

O Palmeiras deu um passo enorme para por a mão numa taça nacional após 12 anos. Ontem, diante de quase 30 mil pessoas em Barueri, o Palmeiras fez 2x0, gols de Valdivia e Thiago Heleno e pode até perder por um gol de diferença que leva a taça.

Na partida, o Coritiba mandou na primeira etapa. O Palmeiras era apagado, dominado totalmente. O Coxa teve algumas oportunidades que só não se tornaram gols, por causa do goleiro Bruno ou por imperícia dos avantes paranaenses.  Porém, ao perder tantos gols, o Coritiba levou o castigo. Betinho sofreu penalidade infantil de Jonas, Valdivia bateu e abriu o marcador.

Na segunda etapa, o Palmeiras voltou melhor, mais concentrado e se impôs. O time foi pra cima, criou oportunidades e controlou o Coritiba. Marcos Assunção colocou na cabeça de Thiago Heleno que ampliou. O Verdão teve tranquilidade e o Coritiba perdeu a organização. Maikon Leite ainda perdeu grande chance de ampliar. O Coritiba teve uma penalidade não marcada. Porém, a vitória foi palmeirense. O único porém foi a expulsão de Valdivia, muito bem expulso, pois agrediu o adversário, adversário este que deveria ter sido expulso anteriormente ao agredir o camisa 10 palmeirense.

No fim o resultado deixa o Palmeiras doidinho pra soltar o grito de campeão.

Novidades no Morumbi

 A diretoria do São Paulo passou a trabalhar mais fortemente após ver o primeiro semestre ser perdido por completo. O time precisa aproveitar a boa colocação no Brasileirão e ver na Copa Sul-Americana a chance de um título em mata-mata e uma volta a Libertadores.

Pensando nisso, a diretoria anunciou que Ney Franco é o novo treinador. O técnico estava cuidando das categorias de base da Seleção Brasileira. É um jovem, uma personalidade mais tranquila. Um técnico com o perfil ideal para o momento sãopaulino. Ney deve olhar mais para as categorias de base, é um conhecedor de tática e pode ser capaz de fazer os jogadores atuarem deslocadamente das bobagens da diretoria. Um bom nome.

Junto a ele, chegou o zagueiro Rafael Tóloi do Goiás. O jovem zagueiro é uma tentativa longa do São Paulo. Há muito chamava a atenção, mas o Goiás sempre esperou ganhar mais por ele. Agora, quando viu que a proposta não chegou e o zagueiro já vislumbrava o fim do contrato negociou o atleta, bom para todas as partes.

O volante Denilson conseguiu ficar. As negociações com o Arsenal avançaram e o clube inglês emprestou por mais um ano o jogador para o São Paulo.

Quem dá adeus é Piris. O lateral paraguaio deve seguir para o Sevilla da Espanha. Sua passagem no Tricolor foi muito ruim e não deixará saudades.

Como o corinthiano sonhava

Os adversários diziam ser 102, os corinthianos diziam 52 anos, a realidade é que a fixação corinthiana pela Libertadores começou em 1991 justamente diante do Boca Juniors. Nesta noite de quarta, o Boca Juniors estava no caminho da Taça em 2012. Quis o destino que o primeiro algoz, fosse a última vítima do sonho corinthiano.

Após um empate em 1x1 no primeiro jogo em La Bombonera, o Pacaembu esteve cheio para ver o Corinthians, jogar, correr, brigar e levantar a taça, a primeira Libertadores da equipe. A vitória por 2x0 não deixou dúvidas do merecimento da conquista, ainda mais de forma invicta. O Timão derrubou os já campeões da América, Vasco, Santos e Boca Juniors, ou seja, todo o corinthiano sonhava em vencer assim, incontestável. Pra silenciar os adversários e finalmente dar o sabor dessa conquista.

Durante os 90 minutos o Corinthians foi superior ao Boca Juniors. Somente a fraqueza psicológica tiraria o título da Fiel. A fraqueza não veio, veio a fortaleza. O primeiro tempo foi feio, pouco jogado, cheio de bolas altas, mas o Boca não assustava no ataque e o Corinthians já merecia uma chance maior. Na segunda etapa, o sonho passou a se materializar quando Danilo, esse é predestinado em Libertadores, achou de calcanhar Emerson que abriu o marcador. O Boca Juniors tentou pressionar, mas Emerson surgiu em velocidade e aumentou. Fim de papo. Campeão com méritos.

Lembro que em 2010 na eliminação diante do Flamengo, escrevi uma coluna falando que o lado emocional sempre prejudicou a equipe na competição, que o time precisava vencer esse lado para vencer a Libertadores. O Timão finalmente venceu o seu lado psicológico e comemora com toda a razão do mundo. O sonho acabou, virou realidade.

Baile espanhol

Não deu para a Itália. Diante da beleza e objetividade do time espanhol, os italianos assistiram um atropelamento, uma aula de futebol nos 4x0 que garantiram o título, o terceiro da Espanha, a primeira vez que há um bi-campeonato na Eurocopa.

A Espanha não havia apresentado o seu futebol até esta final. A campanha era até decepcionante. Porém, o time entrou motivado, já dominou as ações desde o primeiro toque na bola. A Itália sofria para marcar, principalmente pela marcação de pressão do adversário. Num toque toque envolvente e, algumas vezes, até irritante, Fabregas ganhou do lateral e cruzou na cabeça de Silva, 1x0.
A Itália tentava pressionar, mas não penetrava na área espanhola. A Itália se perdia na tentativa de pressionar e deu espaços. No contra-golpe, Xavi carregou a bola livre de marcação e lançou Jordi Alba que aumentou. O 2x0 praticamente matava a Itália.

Na segunda etapa, Di Natale, entrou mas o panorama seguia igual. Na metade da segunda etapa, Thiago Motta, ítalo-brasileiro,  entrou em campo, mas só ficou nele por poucos minutos, pois teve estiramento e saiu de maca, como já havia acontecido três substituições, o estrago estava feito, o time ficou com 10. A partir daí foi questão de tempo. Fernando Torres e Juan Mata fecharam a conta e a taça.

O conjunto da Fúria novamente mostrou força e levou a Euro. Não por acaso mas pela definição de uma filosofia de jogo que dá resultado. Tudo começou na Euro 2008, passou pela Copa de 2010 e novamente nesta Euro. Afinal. quem poderá parar o esquadrão espanhol?