No
Morumbi, o Corinthians venceu o São Paulo por 2x1 e jogará pelo
empate no Pacaembu para ser campeão da Recopa Sul-Americana que,
neste momento, é mais importante para o São Paulo que para o
Corinthians.
No
fim da partida o treinador Ney Franco saiu falando que as equipes
eram espelhadas. Bom alguém precisa avisar ao treineiro tricolor que
esse espelho deve estar quebrado.
No
desenho tático os dois times jogam de forma parecida, mas futebol
não é jogo de botão. É preciso ter movimentação, funcionamento,
jogadas coletivas. Tudo isso Tite mostra no Corinthians, mas Ney não
faz no São Paulo.
No
fim do jogo o Tricolor terminou com três atacantes igual seu
adversário, mas o jeito de jogar é totalmente diferente. Enquanto
os atacantes corinthianos se doam e ajudam em vários níveis de
atuação, os tricolores esperam demais a bola e não tem iniciativa
de ajudar na marcação. Pode ser por características dos jogadores,
mas é por total falta de cobrança para que façam o papel da
doação.
Porém,
o primeiro tempo não foi espelhado e essa é mais uma prova de que
Ney Franco está perdido no comando. A presença de Ganso e Jadson
como titulares mostra bem isso. Ney claramente prefere um esquema de
três atacantes e um meia. Porém, teria que peitar a torcida já que
prefere Jadson a Ganso. Assim mostra que não tem coragem pra fazer o
que é preciso fazer para manter suas convicções.
Tite,
por exemplo, tem uma relação melhor. Faz escolhas mais corajosas.
Não teme colocar os melhores jogadores para o time, tanto que mantém
Pato no banco mesmo sob pressão.
O
São Paulo teve cerca de 20 dias para treinar e o resultado foi um
time cometendo os mesmos erros do começo da temporada. O time não
evolui taticamente. Ao fim o treinador deu a entender que os
jogadores tem má vontade. Pode até ser, mas a falta de jogadas
coletivas é culpa do treinador. O São Paulo não conseguia sair
jogando pois era engolido pela coletividade corinthiana. A marcação
e o ataque em bloco do Corinthians simplesmente colocaram o São
Paulo no bolso.
O
problema do São Paulo é coletivo. Jurisdição primordial do
treinador. Fora isso, o Corinthians tem jogadores melhores e mais
experientes. A característica das contratações é essa. Ibson é
um exemplo, não foi bem no Santos e no Flamengo, mas é experiente e
não treme em jogo grande. Os jogadores do São Paulo não tem essa
característica, tanto que Rafael Toloi errou feio nos dois gols.
Apenas
um milagre vai fazer o São Paulo reverter no Pacaembu.
Principalmente pelas diferenças gritantes de organização. Nem
mesmo se a quase certa demissão de Ney Franco, mais cedo ou mais
tarde, aconteça. Muricy Ramalho não me parece a melhor solução,
mas o fato é que com ele a consciência tática era muito maior.
Porém, o momento do São Paulo é ruim em campo e fora dele. A
diretoria tem grandes defeitos, contratou mal e escolheu apoiar Ney
Franco. Por fim, derrota merecida pela falta completa de
esportividade de alguns torcedores fora do campo.
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